domingo, 17 de novembro de 2013

Lançamento Carioca da Coletânea da Carla e
das Antologias Solarpunk & Excalibur

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Participei hoje à noite do lançamento draconiano carioca das antologias Solarpunk (2013) e Excalibur (2013), bem como da minha coletânea Histórias de Ficção Científica por Carla Cristina Pereira (2012).  O evento se desenrolou na livraria Blooks.  Situada na galeria do Itaú Arteplex (Praia de Botafogo, 316), nos últimos três anos a Blooks tem sido o point preferencial dos lançamentos cariocas da editora Draco.
A Solarpunk foi organizada por mim e lançada inicialmente sob forma de e-book nos últimos dias do ano passado e em versão impressa no fim do primeiro semestre deste ano.


Já a Excalibur foi organizada por minha amiga Ana Lúcia Merege e lançada em papel há coisa de dois meses.




A coletânea da ficção curta que publiquei na década passada sob o pseudônimo “Carla Cristina Pereira” foi lançada em versão digital e impressa em fins do ano passado.


Além dos antologistas (seguindo a boa e velha tradição editorial da literatura fantástica, tanto eu quanto a Ana Merege não nos furtamos em publicar nossos próprios trabalhos nos livros que organizamos[1]), compareceram para a noite de autógrafos os autores: pela Excalibur, Ana Cristina Rodrigues; Luiz Felipe Vasques; e André Soares da Silva, sendo que esse último também teve uma noveleta publicada na Solarpunk.
*     *      *

Cheguei à Blooks com uma hora de antecedência para verificar se estava tudo nos conformes em relação aos autores e, sobretudo, em relação ao vinho que eu deixara lá horas antes, em meu caminho para o trabalho.  Encontrei com a Cláudia assim que cheguei.  Enquanto tomava um cappuccino, chegaram o amigo Ricardo França e minha filha Ursulla.  Enquanto Cláudia levou Ursulla num restaurante da galeria para que ela comesse algo, pois ainda não havia almoçado, eu e o França conversamos sobre a disciplina e os métodos associados à vida militar naval, pois descobri que ele fez estágio de alguns meses no Instituto de Pesquisas da Marinha.

Ana Merege, GL-R, Ricardo França, Osmarco Valladão
e Daniel Russell Ribas antes do início dos trabalhos.

Ana Merege chegou vinte minutos antes do início dos trabalhos.  Poucos minutos depois chegavam Daniel Russell Ribas e Osmarco Valladão.  Antes mesmo de nos dirigirmos à mesa de autógrafos, estabelecemos um bate-papo animado sobre antologias já lançadas e por lançar.  Falei um pouco sobre minha novela “Azul Cobalto e o Enigma”, publicada na Solarpunk, avançando que, em termos de cronologia interna daquele universo ficcional, deverá ser a última história do personagem Dentes Compridos.  Aproveitei o ensejo e mostrei à Ana a boneca de meu texto não ficcional, Vinum Vita Est! que imprimi para que Cláudia leia e me ajude numa revisão final.  Minha mãe também chegou uns minutinhos antes da hora oficial de abertura do evento.

Daisy Lodi Ribeiro e Ursulla Quevedo Lodi com o menor livro da Blooks.


Às dezenove em ponto, quando avistei meu amigo da Secretaria Municipal de Fazenda, Marcelo Figueiredo e sua esposa Angélica assuntando a vitrine da Blooks, percebi que era hora de sentar à mesa de autógrafos e convidei a Ana para vir comigo.  Até então, éramos os dois únicos autores presentes.  Meu primeiro autógrafo da noite foi na coletânea da Carla para o Marcelo, que também comprou um exemplar da Excalibur.  Em seguida, autografei a coletânea para o amigo Daniel Ribas.  Logo em seguida, autografei uma coletânea e a primeira Solarpunk da noite para o Ricardo França.  Em seguida, outra Solarpunk, agora para o Pedro Dobbin, veterano de lançamentos anteriores da literatura fantástica brasileira em plagas cariocas.

Com o amigo do IPTU, Marcelo Figueiredo.


Mais ou menos por essa hora, chegou o jovem autor André Soares da Silva, responsável pela noveleta “Xibalba Sonha com o Oeste” na Solarpunk e “Cavaleiro Anônimo” na Excalibur.  Ainda não conhecia o André pessoalmente.  Veio acompanhado pela namorada Dayane Barbosa que, assim como a Cláudia, atuou brilhantemente como fotógrafa no evento.

André Soares da Silva e os três lançamentos da noite.


Em seguida, chegou minha amiga do curso de italiano, Ivana Bragante, para quem autografei duas coletâneas, uma para a própria e outra para nossa amiga comum, Sylvia Anna, que não pôde comparecer.  Torço para que ambas gostem da leitura.J


Ursulla, Ivana e GL-R.

Luiz Felipe Vasques demorou, mas chegou, ao contrário de Daniel Bezerra, o outro coautor de “Momento Decisivo”, conto escrito a quatro mãos para a Excalibur.  Aproveitei o ensejo para coligir seu autógrafo em meu exemplar dessa antologia.  Outro autor carioca dessa antologia que fez forfait neste lançamento foi Octavio Aragão, que lançara sua noveleta Reis de Todos os Mundos Possíveis (Draco, 2013) na mesma Blooks duas semanas atrás.


Com Silas Ferreira.


Silas Ferreira, Coordenador do IPTU, foi o primeiro amigo da Secretaria Municipal de Fazenda a chegar para o lançamento.  Apresentei-o à minha mãe, à Cláudia e à Ursulla.  Pouco depois, chegou Vívian Araújo, a Fiscal de Rendas mais jovem da nossa Coordenadoria e uma de minhas assistentes na Gerência de Fiscalização.  Minha mãe conversou com o Silas sobre a época em que meu pai atuou como Fiscal na SMF e metralhou a Vívian com perguntas sobre o Cruzeiro, colégio em que a jovem terminou o primeiro grau e concluiu o segundo, por conta de meu sobrinho André Henrique, que cursa presentemente a sétima série dessa mesma instituição de ensino.  Autografei uma coletânea da Carla para o Silas.  Já a Vívian, adquiriu um exemplar da Solarpunk, pois eu já a havia presenteado com um exemplar da coletânea.

Vívian Araújo, GL-R e Silas Ferreira.


A sutileza da imagem dupla feminina/masculina na capa da coletânea Histórias de Ficção Científica por Carla Cristina Pereira (titulozinho danado de cumprido, sô!) agradou um bocado os amigos da SMF e do curso de italiano.
Ana Cristina Rodrigues chegou pouco depois.  Mal chegou e a convoquei para autografar exemplares da Excalibur, da qual também é autora.  Em contrapartida, ela exigiu que eu lhe revelasse um segredo promissor cuja existência já havia adiantado pelo Facebook.  Aproveitei o ensejo e pedi para ela autografar meu exemplar da Excalibur.

Ana Cristina Rodrigues com Solarpunk e Histórias de FC da Carla.



Meu fiel amigo Max Mallmann, dublê de roteirista da Globo e autor de literatura fantástica e romances históricos apareceu a seguir.  Como o França, Max comprou uma coletânea da Carla e uma Solarpunk, exemplares que autografei com prazer.

Com Max Mallmann.


Antologistas: GL-R e Ana Lúcia Merege.


Conversa vai, conversa vem com Ana Lúcia Merege na mesa de autógrafos e eis que surge a bela ideia de um projeto de antologia de ficção curta com contos inspirados nos trabalhos de Jules Verne e H.G. Wells.  É sem dúvida uma perspectiva promissora e, mais que isto, tentadora.  Mas não sei se terei coragem de assumir o papel de coantologista, junto com minha amiga.  Porque, após a maratona de organizar quatro antologias simultâneas para a Draco em 2012 e, consequentemente, ficar sem tempo algum para me dedicar aos meus próprios escritos, prometi a mim mesmo que não iria mais brincar disso.  Como bom oligofrênico viciado que sou, um ano depois aqui estou, de novo, envolvido com dois novos projetos de antologias temáticas.  Daí, ouço uma voz sensata dentro de mim — se duvidar, minha última fímbria de sanidade — afirmando que é loucura rematada me engajar numa terceira frente de batalha antes da conclusão dos dois projetos anteriores.  Enfim, vamos ver como fica...  Ao entreouvir o assunto sobre Verne e Wells, Osmarco Valadão afirmou que começou a ler os romances dos dois pais da ficção científica antes de saber o que era FC.  Repliquei que o mesmo se dera comigo.


Ricardo França, Max Mallmann e Luiz Felipe Vasques.



Os vinhos servidos no lançamento foram dois de meus B.B.B. prediletos (não exatamente Big Brother Brasil, mas sim “bons, bonitos & baratos!): o Boscato Reserva Merlot 2008 e o Doña Dominga Chardonnay 2012.  Para consumo pessoal à mesa de autógrafos, limitei-me ao bom & fiel Boscato de fé, amigo mais certo nas horas incertas.
Lissandro Rocha, outro amigo da SMF, do mesmo concurso da Vívian, chegou por volta das 21h00.  Também autografei uma coletânea para ele.  Silas, Vívian e Lissandro permaneceram quase até o fim do evento, mas não encontraram o Marcelo, que saiu mais cedo para jantar com a esposa num shopping próximo ao Itaú Arteplex.  Lá para o encerramento do evento, nós quatro nos divertimos junto à mesa de autógrafos, costurando indiscrições mezzo-maliciosas, pero verídicas, sobre certo colega de trabalho muquirana cujo nome não convém mencionar.J

Com Luís Munhoz na mesa de autógrafos.

Outro retardatário estimado foi o amigo do italiano Luís Munhoz, que também não se encontrou com Ivana, que permaneceu no lançamento por cerca de uma hora, mas saiu mais cedo.  Luís comprou uma Histórias de FC da Carla e aproveitou nossa presença para combinar o dia da festa de encerramento do curso de italiano, que pretendemos fazer no heliporto da Lagoa, aproveitando que a empresa de nosso amigo atua naquele espaço privilegiado.  Luís e eu lamentamos mutuamente o sacrifício de se cursar um idioma estrangeiro do sábado, em plena melhor idade, não obstante o prazer de se aprender não só a língua, mas também um pouco dos costumes e da cultura daquele país que tanto admiramos.

Com Ricardo Lodi Ribeiro.


O último retardatário foi justo o mais querido: meu irmão Ricardo, que chegou à Blooks cerca de 21h50, meros dez minutos antes do término previsto do lançamento.  Não encontrou nossa mãe, que já havia partido de volta para a Tijuca.  Mas foi o tempo devido para comprar e coletar o autógrafo num exemplar da coletânea.  Só mais tarde lembrei que já o presenteara com outro exemplar autografado do livro da Carla.  Enfim, apesar do horário avançado, não faltou tempo para um papo gostoso com ele, pois voltamos para casa no mesmo táxi.  Ao conversarmos sobre a vida, deploramos que, apesar do êxito profissional e das realizações pessoais, não estávamos com tempo bastante para curtir a felicidade que conquistamos.
Enfim, mais um lançamento carioca, sem grandes proezas, mas satisfatório e benfeito no todo.



Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 13 de novembro de 2013 (quarta-feira).


Participantes:
Ana Cristina Rodrigues
Ana Lúcia Merege
André Soares Silva & Dayane Barbosa
Cláudia Quevedo Lodi
Daisy Lodi Ribeiro
Daniel Russell Ribas
Gerson Lodi-Ribeiro
Ivana Bragante
Lissandro Rocha
Luís Munhoz
Luiz Felipe Vasques
Marcelo Figueiredo & Angélica
Max Mallmann
Osmarco Valladão
Pedro Dobbin
Ricardo França
Ricardo Lodi Ribeiro
Silas Ferreira
Ursulla Quevedo Lodi
Vívian Araújo





[1].  “Azul Cobalto e o Enigma” no meu caso, e “A Dama da Floresta” no caso da Ana Merege.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Lançamento carioca da Brasil Fantástico

201309142359P7 — 19.428 D.V.



“Todo sujeito é virgem até copular e engravidar sua própria avó”
(Robert Silverberg, in Up the Line)





Compareci hoje ao lançamento carioca da antologia Brasil Fantástico (Draco, 2013), organizada por Clinton Davisson, Grazielle de Marco e Maria Georgina de Souza, sob a chancela do Clube de Leitores de Ficção Científica.  O evento se desenrolou nesta tarde de sábado na livraria Cultura Cine Vitória, instalada no notório número 45 da Rua Senador Dantas, bem pertinho da Cinelândia, onde, décadas atrás, ficava o Vitória, cinema especializado em filmes pornôs de sexo explícito que marcou a ala masculina de umas duas ou três gerações cariocas.
*     *      *

Fui para a Cinelândia de ônibus de integração e metrô.  Com todas as atenções da Cidade Maravilhosa concentradas no extremo oeste do município nesta tarde ensolarada de sábado por conta do Rock in Rio, o trânsito estava fluindo assombrosamente bem em todos os outros bairros.  Cheguei ao antigo Cine Vitória pontualmente às 15h00 embora, àquela altura, já desconfiasse que o lançamento só fosse começar uma hora mais tarde.  A livraria é imensa, com diversos planos e andares conectados uns aos outros por rampas, passagens dimensionais e escadas, rolantes e convencionais.  Há ocasiões, ao longo daqueles salões e corredores, em que é preciso subir para descer, e vice-versa.  Não imaginei que o Vitória fosse tão espaçoso.  Parece muito maior por dentro do que por fora.  O lançamento em si rolou num pavimento intermediário, batizado Galeria Cultura.
Anfitrião do evento, Clinton Davisson também chegou mais cedo.  Encontrei com Mr. President vagando pelas vastidões da Cultura, tão perdido quanto eu.  Seguimos juntos até Eliane, a funcionária da livraria responsável pela organização de eventos.  Simpática, a moça nos conduziu até a Galeria Cultura.

Mr. President Clinton Davisson na Galeria Cultura.


Uma vez instalado, Clinton se preocupou com as conexões internéticas, pois a ideia era estabelecer um link via Skype com Porto Alegre, onde, noutra filial, decerto mais convencional, da Cultura, dava-se a outra metade do lançamento simultâneo da Brasil Fantástico.  Embora esse vínculo tenha sido eventualmente estabelecido, a qualidade rumorosa da relação sinal/ruído praticamente impossibilitou a interação de gaúchos e cariocas em tempo real.  O som do notebook do Clinton era tão baixo que mal lográvamos ouvir o que os autores gaúchos falavam do outro lado.  De todo modo, parece que o lado sulista do lançamento bombou, com trinta exemplares vendidos.  Do nosso lado, Clinton confirmou a venda de dezoito exemplares.
Marcelo Jacinto Ribeiro foi o próximo a chegar.  Participante da antologia com a noveleta “A Voz de Nhanderuvuçú”, Marcelo veio direto de Campinas e foi o único dos onze autores presente no lançamento carioca.

Marcelo Jacinto Ribeiro, Ana Lúcia Merege e Clinton Davisson.


Em seguida chegou Ana Lúcia Merege.  Aproveitamos que ainda havia pouca gente na Galeria Cultura e conversamos sobre amizades comuns do passado, pois Ana frequentou o grupo de amigos de meu irmão caçula, a célebre Associação de Pinguços Maristas.  Aproveitamos o ensejo para combinar alguns lançamentos futuros em parceria.  De repente, faremos juntos os lançamentos cariocas das antologias draconianas Solarpunk e Excalibur.
Os amigos Jorge Pereira e Eduardo Torres adentraram pouco depois no portento, instante providencial em que a Cultura cumpriu a promessa feita pela Eliane e começou a servir água e vinho branco aos convivas.  Minutos mais tarde, chegavam Luiz Felipe Vasques e Ricardo França.
Atrasado em sua jornada épico-trágica do Recreio dos Bandeirantes para a Cinelândia, de tempos em tempos Erick Sama nos informava seu paradeiro por SMS.  Perguntou-nos por mensagem se Cirilo Lemos já havia aparecido na livraria.  A pergunta surpreendeu os incautos, pois, até então, esse autor misterioso jamais havia sido avistado num evento público, fato que — num fandom assombrado por pseudônimos, avatares e outras bestas mitológicas — levava não poucos detratores a duvidar de sua existência real.

Eduardo Torres, GL-R, Jorge Pereira e Luiz Felipe Vasques.

Atrás (E-D): Clinton, Ana Cris, Ana Merege, Luiz Felipe, Edu Torres, GL-R, Jorge, Marcelo Jacinto, ??.
1º Plano: Cirilo Lemos, Erick Sama, Ricardo França e Nilton Braga.


Quando o lançamento já singrava de vento em popa, Ana Cristina Rodrigues chegou com um exemplar do primeiro número da Bang! Brasil nas mãos.  Daí, pudemos enfim folhear a revista de que tanto ouvimos falar.  A edição brasileira está realmente pedaçuda em acabamento e conteúdo, com matérias sobre George R.R. Martin, os novos lançamentos da Saída de Emergência no país e um artigo de fundo sobre a saudosa Coleção Argonauta.  Participo desse primeiro número da Bang! Brasil com um ensaio de história alternativa sobre a possibilidade de Cristóvão Colombo haver descoberto a
América sob bandeira portuguesa; possibilidade esta, aliás, explorada amiúde em meu romance Xochiquetzal: uma Princesa Asteca entre os Incas (Draco, 2009).  O exemplar cobiçado passou de mãos em mãos sob o olhar vigilante, fulminante e ciumento da Ana Cris, eclipsando momentaneamente a atenção concedida à antologia.  A Saída de Emergência Brasil está disponibilizando gratuitamente a versão digital desse número zero da Bang! Brasil no link abaixo:

Ana Cris causa inveja com exemplar da Bang! Brasil # 0.



Conversei com Edu, Felipe e Jorge.  Entre os tópicos abordados, alguns de nossos velhos favoritos: ficção científica e história romana, sobretudo, influências culturais sofridas pelos pré-romanos dos gregos, fenícios e etruscos.  Falei-lhes brevemente dos materiais que ando estudando para escrever meu Vita Vinum Est! — História do Vinho do Mundo Romano.
Erick Sama apareceu afinal por volta das 18h00 e com ele materializou-se o mítico Cirilo Lemos, que, soubemos mais tarde, já se encontrava nas dependências da livraria, mas ainda não dera o ar de sua graça, talvez com receio de que o mordêssemos ou praticássemos perfídias ainda piores contra si.  Tanto quanto eu saiba, esta foi a primeira vez que Cirilo comparece a um evento literário, comprovando, portanto, sua existência física — bem, esta última afirmação é discutível, visto que vários presentes alegaram que a aparição era em verdade um ator contratado pela Draco para personificar o autor fabuloso da noveleta “Auto de Extermínio” (in Dieselpunk, Draco, 2011) e do conto “Robodisatva”(in Erótica Fantástica 1, Draco 2012).  Brincadeiras à parte, torço para que esta tenha sido a primeira de muitas ocasiões em que o Cirilo nos brinda com sua presença.

Cirilo Lemos e Erick Sama.


Saímos da Cultura Vitória por volta das 19h00 para bebemorar mais um lançamento bem-sucedido.  Após várias tratativas e negociações complexas, não obstante a distância, decidimos nos dirigir ao nosso reduto tradicional, o Estação Gourmet em Botafogo.  Apenas Ana Lúcia Merege não nos acompanhou na empreitada.  Seguimos de metrô numa expedição autopunitiva da Cinelândia até Botafogo.  Na curta caminhada a pé do Vitória até a estação da Cinelândia, Erick Sama me presenteou com um exemplar do fix-up de ficção alternativa recém-lançado Homens e Monstros — A Guerra Fria Vitoriana (Draco, 2013), do Flávio Medeiros, livro para o qual escrevi o prefácio em 2011 e que finalmente tenho o prazer de ver lançado.

Lançamentos draconianos: antologia Brasil Fantástico e fix-up Homens e Monstros.


Ao longo da viagem, em plena composição do metrô, Erick Sama me convidou para coordenar uma antologia de contos sobre dinossauros em companhia da jovem autora Alliah.  Como o tema me é caro, aceitei mesmo ignorante dos detalhes do projeto.
Uma vez no restaurante, resisti a duras penas, uma vez mais, à tentação insana de mergulhar de cabeça no delicioso rodízio de pizzas e correlatos do Estação Gourmet.  Para me compensar por este ato de bravura, Eduardo Torres pediu um tinto ribatejano em sua comanda e, mais tarde, retribuí à gentileza pedindo o Cinco Sentidos Malbec 2011 na minha.  Por consenso unânime dos enófilos de plantão — eu, Edu, Ana Cris e Erick Sama — o português foi considerado um tanto ácido, sobretudo para um vinho de safra 2008.  Talvez houvesse combinado melhor com uma carne gorda, do tipo cordeiro, javali ou outros que tais.  Com pizza ou carpaccio, no entanto, o argentino caiu melhor.  Como não podia deixar de ser, parte da conversa em nosso setor da mesa versou sobre questões enológicas e correlatas.
Vários convivas lamentaram a ausência de nosso bom amigo Max Mallmann, que anda um bocado sumido desde a conclusão de seu romance As Mil Mortes de César, continuação do aclamado Centésimo em Roma (Rocco, 2010).  Torçamos para que supere logo sua depressão pós-romance e regresse aos quadros egrégios de nossa confraria etílico-literária.
Por volta das 20h30, Erick Sama, Cirilo Lemos e Marcelo Jacinto Ribeiro orquestraram uma retirada estratégica sob alegações estapafúrdias diversas.  Eu e Luiz Felipe os acompanhamos até a Estação Botafogo, onde eles embarcaram para retornar às suas respectivas bases.
De volta ao restaurante, engrenamos em novos papos sobre ficção científica e outros bichos.  O assunto da antologia de contos de dinossauros voltou à baila e, com ele, as indefectíveis temáticas de viagens no tempo.  Eduardo Torres discorreu brilhantemente sobre as aventuras e desventuras retrotemporais do protagonista do romance Up the Line, de Robert Silverberg.  Também comentamos as noveletas clássicas de Robert A. Heinlein com temática temporal, “Pelos Cordões de suas Botas” e “All You Zombies”.
Por volta das 22h40 encerramos o certame.  Desta vez, ao que parece, não houve esticada em outro estabelecimento.
Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 14 de setembro de 2013 (sábado).


Participantes:
Ana Cristina Rodrigues
Ana Lúcia Merege
Cirilo Lemos
Clinton Davisson
Eduardo Torres
Erick Sama
Estevão Ribeiro
Gerson Lodi-Ribeiro
Jorge Pereira
Luiz Felipe Vasques
Marcelo Jacinto Ribeiro
Nilton Braga
Ricardo França

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sábado, 27 de julho de 2013

Jantar com Hidemberg Frota em Manaus

Jantar com Hidemberg Alves da Frota em Manaus




201307262359P6 — 19.376 D.V.



     Hoje à noite, no sexto e antepenúltimo dia de nossa semana de férias em Manaus, aproveitamos nossa presença na capital amazonense para afinal conhecer pessoalmente um amigo de longa data, o escritor manauara Hidemberg Alves da Frota, primeiro autor da publicar um conto profissional no universo ficcional da Intempol™.

* * *



     Às 20:20h descemos ao lobby do Park Suítes para nos encontrar com Hidemberg Alves da Frota, meu velho amigo manauara dos tempos da lista da Intempol que, apesar de todos os nossos contatos internéticos ao longo dos anos, pelo fato de residirmos tão distantes um do outro, ainda não conhecíamos pessoalmente. Hidemberg nos presenteou com uma caixa parruda de bombons de cupuaçu, para felicidade absoluta da Cláudia, que já estava preocupada pelo fato de ainda não ter comprado tais delícias, vendidas a peso de ouro no comércio do Rio de Janeiro. Retribuí com exemplares de meu romance de ficção científica erótica A Guardiã da Memória (Draco, 2011); minha coletânea As Melhores Histórias de Ficção Científica de Carla Cristina Pereira (Draco, 2012); e das antologias 2013: Ano Um (Ornitorrinco, 2012) e Vaporpunk (Draco, 2010).

     Após um breve bate-papo no lobby do Park Suítes, caminhamos até o Tropical para jantar no Karu Grill, estabelecimento que tanto eu quanto o Hidemberg já havíamos frequentado na segunda metade da década de 1980 (No meu caso, uma única vez em 1988).

Hidemberg Frota, GL-R, Cláudia Quevedo e Ursulla Lodi.

 
     Durante a caminhada até o Tropical, lembramos da ocasião em que Hidemberg leu “A Filha do Predador” para sua irmãzinha pequena, hoje com a idade da Ursulla e estudando Medicina na Federal do Amazonas.

     Jantamos o buffet do restaurante, com ênfase no churrasco de carne e pescado amazônico. Reguei o ágape com um Trapiche Merlot 2012, que desceu redondo, redondo. De sobremesa, pudim de leite, manjar de coco e um musse de chocolate simplesmente delicioso. Só não repeti porque teria que me levantar da mesa mais uma vez para me dirigir ao buffet e nosso bate-papo estava mais delicioso ainda.

     Durante a refeição conversamos sobre concursos públicos, a carreira e as oportunidades do Direito nos diferentes estados brasileiros, a ocupação do estado do Amazonas, o crescimento célere da cidade de Manaus, o casamento de Hidemberg com Fernanda, uma psicóloga mineira de Belo Horizonte que ainda reside por lá, as idas e vindas do casal para se encontrar, nossas profissões e afazeres na Cidade Maravilhosa, e muito mais. Como Ursulla, Hidemberg é filho de um casal graduado em carreiras ligadas às ciências exatas que decidiu dedicar-se às ciências jurídicas. Hide trabalha atualmente no Ministério Público Estadual do Amazonas.

     Nosso amigo nos explicou que as redes com as quais nos deparamos na Praia da Ponta Negra devem sua presença à pressão do Ministério Público local, tanto por conta dos afogamentos de banhistas no Rio Negro como pela presença de jacarés nas margens, que teria assustado nativos e turistas.

     Curiosamente, falamos bem pouco da ficção científica, exceto para narrar as peripécias da gênese de minha personagem mais famosa, Carla Cristina Pereira, e para relembrar os tempos áureos da Intempol e as desventuras e trapalhadas de certos membros egrégios do fandom da FCB. No quesito Carla, Hidemberg deu boas gargalhadas com os elogios que a pesquisadora e brasilianista Mary Elizabeth Ginway à escrita e à postura feminista corajosa das personagens da Carla e com meus apertos para receber alguns dos prêmios literários ganhos pelos contos e noveletas que escrevi sob esse pseudônimo.

     Ao fim do repasto, Hidemberg fez questão absoluta de pagar a conta, gentileza com a qual acedemos com preocupação, alegria e sentimento de culpa, sob condição de que ele nos visite nos próximos meses com a esposa Fernanda para que possamos paparicá-los no Rio de Janeiro.

     Durante a caminhada de volta para o Park Suítes, descrevi brevemente para Hide algumas nuances de meu processo de criação literária. Ele se surpreendeu ao saber que ainda escrevo meu primeiro rascunho à mão numa folha de papel, bem século XX mesmo!

     Uma vez em nosso hotel, cansadas, as meninas subiram para nossos quartos, enquanto eu e Hidemberg continuamos o papo animado no lobby enquanto aguardávamos que seu motorista de táxi comparecesse para buscá-lo. Aí sim, nesses minutos de espera animada, colocamos boa parte de nossa conversa sobre FCB em dia, relembrando dos velhos casos e fofocas e aproveitando para colocá-lo em dia com as últimas novidades do mercado e do fandom lusófonos. No todo, apesar de afastado das listas e lides da literatura fantástica brasileira e portuguesa, Hide mostrou-se surpreendentemente bem informado sobre o que vem acontecendo nos últimos anos. Todas as suas dúvidas e perguntas foram pertinentes.



GL-R e Hidemberg Alves da Frota no lobby do Park Suítes.

     Enfim, como tudo que é bom acaba, o motorista de fé de meu amigo apareceu, ele embarcou para regressar ao lar e eu retornei ao quarto 1014 para escrever esta crônica antes de mergulhar no descanso dos justos.

Park Suítes, Manaus, sexta-feira, 26 de julho de 2013.





Participantes:
Cláudia Quevedo Lodi
Gerson Lodi-Ribeiro
Hidemberg Alves da Frota
Ursulla Quevedo Lodi



domingo, 30 de junho de 2013

Lançamento Carioca do Pura Picaretagem



201306232041P1  —  19.343 D.V.

Em plena semana de passeatas e manifestações de rua mais ou menos pacíficas pelo Brasil afora, compareci na quinta-feira passada, 20 de junho, às 20h30, ao lançamento carioca do título de divulgação científica Pura Picaretagem (Leya, 2013), escrito a quatro mãos pelo físico carioca Daniel Bezerra e o jornalista paulista Carlos Orsi Martinho.
A noite de autógrafos deu-se na Livraria Travessa do Shopping Leblon.  Além dos autores, de conhecidos encontrei a esposa do Martinho, Renata, e o autor e antologista carioca Luiz Felipe Vasques.
*     *      *

Passei quase o tempo todo conversando com Martinho, Daniel, Felipe e outros amigos dos dois últimos que, conforme descobri, já se conheciam de longa data.  Daniel revelou que deverá organizar um projeto literário bastante interessante.  Vamos ver se a iniciativa decola.

Criadores & Criatura: Carlos Orsi e Daniel Bezerra com sua obra.

Martinho e Daniel esclareceram que a motivação principal para escrever o livro de divulgação científica foi combater as bobajadas pseudoquânticas dos Fritjofs Capras da vida.  Mais um ponto alto da cruzada heroica contra o obscurantismo e a pseudociência travada por nossos amigos.
O assunto mais interessante da noite girou em torno dos excessos provocados por consumo alcoólico.  Neste sentido, a grande sensação do evento foi a rememoração das bebedeiras mais antológicas protagonizadas por alguns dos presentes, com direito a lances escatológicos e o escambau.  Omitirei os nomes desses personagens da vida real para defletir eventuais processos de difamação.

Renata & Carlos Orsi.

Contei aos presentes de minha leitura atual da trilogia de ficção científica com cheiro de fantasia, Helliconia do Brian W. Aldiss (Helliconia Spring; Helliconia Summer; e Helliconia Winter).  Comentei com eles as semelhanças notáveis, conquanto superficiais, entre as estações gigantescas do planeta Helliconia e as do mundo concebido por Martin em seu universo ficcional mais famoso.
Por volta das 22h00 deixei a Travessa e tomei um táxi em frente ao Shopping Leblon.  Por efeito paradoxal das passeatas, o trânsito na Zona Sul estava ótimo e logrei chegar em casa em menos de cinco minutos.
Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 23 de junho de 2013 (domingo).


Participantes:
Carlos Orsi Martinho
Daniel Bezerra
Gerson Lodi-Ribeiro
Luiz Felipe Vasques
Renata Martinho



domingo, 19 de maio de 2013

Lançamento Carioca da Crônicas de Espada e Magia


Lançamento Carioca da
Crônicas de Espada e Magia

201305140830P4  —  19.303 D.V.

Compareci na sexta-feira passada, 10 de maio, às 19h00, ao lançamento carioca da antologia Crônicas de Espada e Magia (Argonautas, 2013), organizada pelo Cesar Alcázar.  Participam da compilação seis autores estrangeiros (George R.R. Martin; Michael Moorcock; Karl Edward Wagner; Robert E. Howard; Saladin Ahmed; e Fritz Leiber) e cinco brasileiros (Carlos Orsi Martinho; Thiago Tizzot; Ana Cristina Rodrigues; Max Mallmann; e Roberto de Sousa Causo).
A noite de autógrafos deu-se na Livraria Travessa de Ipanema e contou com a presença dos autores Max Mallmann e Ana Cristina Rodrigues.  Os contos desses dois autores — “Cavalos?” do Max e “Anta das Virgens” da Ana Cris — situam-se em universos ficcionais criados por esses autores.  “Cavalos?” foi ambientado no mesmo U.F. do romance de fantasia Mundo Bizarro (Mercado Aberto, 1996) e “Anta das Virgens” se passa no U.F. Finisterra©, no qual a autora está escrevendo um romance de fantasia histórica lusitana e que já lhe rendeu, dentre outras peças de ficção curta, o conto erótico fantástico “Ilha dos Amores”, publicado na Erótica Fantástica 1 (Draco, 2012).

Max Mallmann, GL-R e Ana Cristina Rodrigues.

*     *      *

Atropelando o preceito basilar da pontualidade carioca, pego de surpresa por um trânsito sem engarrafamentos, acabei chegando à livraria às sete em ponto, ou seja, coisa de quinze minutos adiantado em relação às leis de cordialidade locais e, portanto, antes dos autores.  Dos conhecidos, só estava lá a autora de literatura fantástica infantojuvenil Flávia Cortes.

Flávia Cortes & Alexandre Alencar.


Aproveitei o ensejo para comprar dois romances históricos para dar de presente de Dia das Mães.  Tenho impressão de que Flávia fez o mesmo para a mãe dela.
Pouco depois, chegava o Max.  Antes que ele piscasse, coletei seu autógrafo no exemplar da antologia que trouxera da Segunda Odisseia de Literatura Fantástica de Porto Alegre, devidamente exibida ao segurança postado à porta da livraria quando de meu ingresso no estabelecimento.  Coisa de meia hora mais tarde, chegava o casal Ana Cris & Estevão Ribeiro.  Quando pedi o autógrafo dela, Ana lembrou que já havia assinado seu conto lá na capital gaúcha.  Embora eu também me recordasse desse autógrafo anterior, intrigado, já havia percebido que meu exemplar da antologia não continha a assinatura dela.  Ana aventou a hipótese de que autografou para mim o conto dela em seu próprio exemplar, em vez do meu...

Panorama geral da noite de autógrafos.

Conversei um bom tempo com a Flávia Cortes sobre o início de nossas carreiras, a dela na literatura infantojuvenil e a minha na ficção científica, com direito a reminiscências de nossas leituras de Jules Verne, Mark Twain e H.G. Wells.  Também falamos das diferenças entre o que era considerado literatura infantil antigamente e o que é considerado assim hoje em dia.  Até então só conhecia a Flávia de uma palestra dela que assisti na Casa da Leitura de Laranjeiras no ano passado.
Estevão brindou-nos com um punhado de detalhes pitorescos da entrevista que concedeu sobre timidez no programa diário matinal Encontro com Fátima Bernardes, na Rede Globo.  Cláudia colocou para gravar aqui em casa, mas só tive oportunidade de assistir anteontem.  Apesar das alegações do entrevistado, ele não me pareceu lá muito tímido diante das câmeras.
Quando Luiz Felipe Vasques chegou, apresentou-me seu velho amigo Sergio Accioly, que eu só conhecia através de troca de e-mails, pois ele submeteu um trabalho para a antologia ainda inédita, Super-Heróis, que eu e o Felipe organizamos para a Editora Draco no ano passado.  Ele também me apresentou sua amiga Carla Molinari, editora do periódico científico do Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico.  Conversei longamente com Carla sobre nossa paixão comum, com ênfase a nossas paisagens e animais favoritos e a remoção próxima dos invasores ilegais ora residentes na área do arboreto.
Comentei com o Max que passaria uma semana de férias em Manaus.  Ele se lembrou de nosso amigo comum da saudosa lista da Intempol, Hidemberg Alves da Frota, e indagou se eu iria enfim conhecê-lo pessoalmente.  Falei que estava em nossos planos o encontro num restaurante situado num shopping manauara.  Hide Frota foi o primeiro autor intempoliano a ter um trabalho desse universo ficcional publicado profissionalmente.  Ao ouvir os planos de minha ida a Manaus, Flávia recomendou que não deixássemos de fazer o passeio do mergulho com os botos-cor-de-rosa, pois ela fez e adorou.
Conversei com Flávia e seu marido, Alexandre Alencar, sobre os romances da saga Crônicas de Gelo & Fogo, do George R.R. Martin, com cautela, para evitar spoilers, pois Flávia só leu os três primeiros romances, dos cinco publicados, e Alexandre só acompanha a série de TV baseada nos romances, atualmente em sua terceira temporada.
Papeei com Felipe e Sergio Accioly sobre ficção científica em geral e antologias em particular, aproveitando o ensejo para atualizar meu coantologista sobre as novidades que Erick Sama, publisher da Draco, transmitiu-me ao pé do ouvido durante a Segunda Odisseia.


Luiz Felipe Vasques, Sérgio Accioly e Carla Molinari.


Os amigos Rafael “Lupo” Monteiro, Lucas Rocha e Daniel Russell Ribas só chegaram ao lançamento mais tarde e não tive oportunidade de conversar com eles.  Presentes também estiveram o autor de fantasia juvenil Marcelo Amaral e a autora e roteirista Adriana Lunardi, esposa de nosso amigo Max Mallmann.
Ao fim do certame, quando a livraria ameaçava fechar as portas, o povo do lançamento bateu em retirada para um barzinho próximo.  Em virtude da aula de italiano na manhã seguinte numa outra Livraria Travessa, situada no Shopping Leblon, julguei de bom alvitre debandar da retirada em si, despedindo-me dos amigos e tomando um táxi para casa.
Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 14 de maio de 2013 (quarta-feira).

Participantes:
Adriana Lunardi
Alexandre Alencar
Ana Cristina Rodrigues
Carla Molinari
Daniel Russell Ribas
Estevão Ribeiro
Flávia Cortes
Gerson Lodi-Ribeiro
Lucas Rocha
Luiz Felipe Vasques
Marcelo Amaral
Max Mallmann
Rafael “Lupo” Monteiro
Sergio Accioly

sábado, 20 de abril de 2013

Segunda Odisseia de Literatura Fantástica - Porto Alegre 2013


Odisseia Fantástica de Porto Alegre 2013

DIA 1
201304121151P6  —  19.271 D.V.

“A literatura infantojuvenil sempre foi discriminada no Brasil.  No entanto, as pessoas se esquecem de que, se não fosse pela literatura infantojuvenil, não haveria mercado editorial no país.” [Regina Zilberman]

“A literatura infantojuvenil brasileira julga ter problemas” [GL-R]

Cheguei hoje às 09h40 no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre para participar da Segunda Odisseia de Literatura Fantástica, evento anual criado em 2012 pela trinca Cesar Alcázar, Christopher Kastensmidt e Duda Falcão, agora reforçada pelo apoio de Nikelen Witter e Christian David.  O evento se desenrolará no Memorial do Rio Grande do Sul, um belo prédio histórico situado no centro de Porto Alegre.  Foi a primeira vez que viajei tirando as passagens aéreas de graça pelo sistema de milhagem.

*     *      *

Deixei o Rio no voo 1550 da Gol que decolou às 07:25h do Aeroporto Internacional Galeão Tom Jobim com pontualidade genuinamente britânica.  Durante a espera para o embarque e também durante a viagem de cem minutos de duração engrenei na leitura da antologia The Sex is Out of This World — Essays on the Carnal Side of Science Fiction (McFarland, 2012), organizada por Sherry Ginn & Michael G. Cornelius.
Segui de táxi do aeroporto até o Lido Hotel.  A viagem foi bem mais demorada do que no ano passado, quando cheguei à capital gaúcha num sábado.  Como havia quartos disponíveis, o pessoal da recepção me deixou fazer o check-in mais cedo e daí, às 10h30 eu já ingressava no quarto 407, surpreendendo a arrumadeira simpática que finalizava a preparação do aposento.
Testei o WiFi do hotel e liguei brevemente o celular para passar informações de chegada para casa.  Em seguida, revisei o fragmento do romance Aventuras do Vampiro de Palmares (Draco, no prelo) que lerei amanhã em minha sessão de leitura crítica.  Concluí que o texto selecionado é longo demais e resolvi ler apenas metade.
Daí segui para o Memorial do Rio Grande do Sul, sede da II Odisseia de Literatura Fantástica.  Já à porta do prédio histórico, encontrei os amigos Flávio Medeiros e Martha Argel.  Flávio falou que o Chris Kastensmidt queria me convidar para participar de um PodCast de divulgação científica da UFRGS, junto com ele próprio (Flávio) e Roberto de Sousa Causo.  O grande problema é que não sabia exatamente a data-hora em que se daria a gravação.  Papeamos no sopé da escadaria do Memorial por cerca de meia hora, até que decidimos ingressar no prédio.  Uma vez lá dentro, percorri os estandes das diversas editoras.  Neste processo, deparei-me com os amigos Daniel Dutra e Simone Saueressig.  Martha Argel aproveitou a oportunidade para apurar com a Simone quantos beijos se dá num cumprimento entre amigos em Porto Alegre.  A resposta da Simone não foi conclusiva, uma vez que dependia do estado civil daqueles que trocam cumprimentos.  Flavio, Martha e eu trocamos confidências sobre vícios em jogatinas internéticas, como Freecell e Spider, além das tergiversações facebookianas.  Neste estado confessional, acabei falando sobre minha antiga dependência do jogo de estratégia Sid Meier’s Civilization, que me levaram a desperdiçar milhares de horas em frente ao monitor do micro em disputas frenéticas que se estendiam madrugada adentro, levando-me a passar duas ou mais noites em claro.  Isto para não falar que logrei disseminar esse vício no seio da família e entre vários amigos...  Hoje me considero curado, mas, ah, que saudade!  Aproveitei o ensejo para adquirir a antologia Contos de Horror — Histórias para Não Ler à Noite (Farol Literário, 2011), organizado pela Martha Argel e pela Rosana Rios.  Também encontrei os amigos Ana Cristina Rodrigues, Estevão Ribeiro, Alicia Azevedo e Henrique de Lima nos expositores da Llyr e da Ornitorrinco, respectivamente.

Bate-papo no Memorial com os amigos e grandes autores, 
André Cordenonsi, Martha Argel e Simone Saueressig.

Quando encontrei o Christopher ele confirmou o convite para participar do PodCast Fronteiras da Ciência.  Afirmou que a gravação se dará amanhã por volta do meio-dia.  Ainda não sei direito a temática, mas imagino que seja para falar de ficção científica.
Do Memorial, eu, Estevão e André Cordenonsi seguimos a pé até um mercado municipal para tomar um café especial.  Porto Alegre permanece com tempo nublado inofensivo; bem diverso da frente fria anunciada nas previsões climáticas dos telejornais de ontem à noite.  Na cafeteria, zoamos e fomos zoados pela balconista e pelas garçonetes por causa de nossos sotaques e hábitos alimentares alienígenas.  Faminto pela falta do desjejum e do almoço, consumi um café Mooca, uma soda limonada com essência de Curaçao Blue e um frappé de café; gulodice que causou espécie aos dois amigos.

Estevão Ribeiro e Cesar Alcázar no Memorial.
De volta ao Memorial, encontrei o casal Alicia Azevedo e Henrique de Lima à porta.  Conversamos um bocado sobre a origem do nome da editora deles.  Pouco depois apareciam os amigos Max Mallmann e Marcelo Galvão.  Conversamos sobre séries televisivas de ficção científica de nossas infâncias, passando pela descoberta recente de DVDs do National Kid à venda em bancas de jornal do Centro do Rio, até Ultraman, Ultraseven e Changeman.  Eu e Galvão confessamos nossos vícios adolescentes na série de livros Perry Rhodan, inicialmente publicada no Brasil pela Ediouro e que atingiu centenas de números nas décadas de 1970 e 1980.

Estande da Ornitorrinco com Henrique de Lima & Alícia Azevedo.

No Memorial, adquiri três antologias no estande da Ornitorrinco:
1)    Bestiário — Outras Criaturas (2013), organizada por Ana Cristina Rodrigues e Ana Lúcia Merege;
2)   Erótica Steampunk (2013), organizada por Tatiana Ruiz; e
3)   Estranhas Invenções (2012), organizada por Ademir Pascale.

Em frente ao estande da Ornitorrinco, travei contato com Edgard Refinetti, Roberto de Souza Causo e Sílvio Alexandre.  Este último confirmou que a Fantasticon 2013 se dará num único fim de semana, em 21 e 22 de setembro próximo.  Sílvio me perguntou se eu lançaria algo na Fantasticon deste ano e eu falei que devo lançar o romance fix-up de história alternativa Aventuras do Vampiro de Palmares, pela Draco.
Por volta das 19h00 o público presente no Memorial dirigiu-se ao auditório principal da instituição para assistir a palestra de abertura da II Odisseia, proferida por Regina Zilberman.  Participação instrutiva onde aprendi um bocado sobre literatura infantojuvenil em geral e sobre a trilogia de fantasia de Philip Pullman em particular.
Finda a palestra de abertura, seguimos para um restaurante próximo ao Memorial, onde a organização do evento já havia fechado um pacote camarada para os participantes da Odisseia.  Optei pelo prato de carne, tomei quatro taças de Boscato Cabernet Sauvignon e ainda degustei uma sobremesa por menos de R$ 100,00.
No bate-papo do jantar conversamos sobre vinhos em geral e ficção científica em particular, com ênfase em autores novos que estão despontando no mercado norte-americano, oriundos de paises do Extremo Oriente, como China e Vietnã.

Jantar no Bistrô com Marcelo Galvão; Flávio Medeiros, Ana Cristina Rodrigues,
Max Mallmann, Rober Pinheiro, Bruno Schlatter & Ana Carolina Silveira.

Rober Pinheiro explicou que a antologia Mitos Modernos — na qual terei o conto “A Moça da Mão Perfeita” publicado — terá sua publicação postergada.  Será lançada na Fantasticon 2013.

Jantar no Bistrô: Rober Pinheiro, GL-R e Bruno Schlatter.

Flávio Medeiros nos brindou com narrativas escabrosas dos seus plantões num pronto-socorro de Belo Horizonte (com destaque para a moradora de rua que praticou sexo com um cachorro e decidiu capar o animal para escapar do engate post coitum com o canino, dando entrada no hospital dois dias mais tarde, com o pênis apodrecido do animal enterrado na vagina.
Quase no apagar das luzes, o casal Henrique de Lima & Alicia Azevedo pintaram no restaurante, quando o estabelecimento já estava prestes a cerrar as portas.  Vários membros corajosos de nossa comitiva seguiram dali para um pub próximo.  Combalidos, eu, Marcelo Galvão, Bruno Schlatter e Ana Carolina Silveira declinamos da proposta e seguimos para nossos respectivos hotéis.
Lido Hotel, Porto Alegre, 12 de abril de 2013 (sexta-feira).

DIA 2
201304131945P7  —  19.272 D.V.

“Onde é que está essa porra dessa frente fria que não dá as caras?”
[Fã paulistano na II Odisseia Fantástica]

“Vocês três gravarão o podcast definitivo para desbancar todos os podcasts.”
[Vaticínio de Christopher Kastensmidt]

“O gaúcho não sonha em se separar do Brasil; ele sonha em anexar o Brasil.”
[Max Mallmann]

Acordei às 07h20 e desci direto para o café da manhã no restaurante do Lido.  Nada de surpreendente, mas um desjejum honesto com café preto, pão de queijo e iogurte de morango.  Daí, retornei ao 407 para tomar banho, fazer barba e dar uma última conferida no texto que apresentaria em minha sessão de leitura crítica.  Caminhei cinco minutos a pé até o Memorial, lá encontrando os amigos Flávio Medeiros e Marcelo Galvão.  Já dentro do prédio, reencontrei os amigos Kyanja Lee, Georgette Silen e Jacques Barcia, recém-chegado de uma excursão turística à Serra Gaúcha com a esposa.
Nossa primeira parada foi no estande da Ornitorrinco, tomei emprestado uma cópia da antologia Bestiário — Outras Criaturas com Alícia para receber autógrafos dos autores presentes ao lançamento.
Em seguida, adquiri um exemplar da coletânea A Eva Mecânica e Outras Histórias de Ginoides (Literata, 2013), de Daniel Dutra, autografado pelo próprio autor.  O prefácio dessa coletânea foi um dos três que escrevi este ano.
Às 10h30 assisti a fala dos cinco organizadores no auditório.  De fato, Christopher, Cesar e Duda fizeram bem em convidar Nikelen e Christian para reforçar o time, pois a Odisseia cresceu um bocado do ano passado para cá.  Há mais estandes de venda de livros, mais editoras, mais público e mais eventos.  A Odisseia de Literatura Fantástica firmou-se como um evento de vulto, genuína Fantasticon do Sul.

Mestres Organizadores da 2ª Odisseia: Christopher Kastensmidt;
Nikelen Witter; Cesar Alcázar; Christian  David; e Duda Falcão.

Finda a fala dos organizadores, sem levantar da poltrona, assisti a mesa-redonda “O Jardim do Vizinho é Mais Verdinho?”, moderada pelo fã e estudioso de ficção científica Edgard Refinetti, com a participação dos autores Flávio Medeiros e Jacques Barcia, e da editora Gabriela Nascimento.  A discussão girou em torno da comparação da qualidade literária dos autores brasileiros de literatura fantástica em comparação com o que se faz lá fora em nossos gêneros bem-amados.  Falou-se das diferenças de estilo entre autores estrangeiros e brasileiros, da técnica narrativa superior dos estrangeiros e da maior capacidade dos brasileiros de estruturar personagens consistentes.  Também abordou as perspectivas de inserção de trabalhos e autores brasileiros no mercado internacional (entenda-se, “anglo-saxão”) e na problemática da tradução.  Para mim esta foi a mesa-redonda mais interessante da Odisseia 2013.

"O Jardim do Vizinho é Mais Verdinho?": mesa-redonda com Jacques
Barcia; Flávio Medeiros; Edgard Refinetti; e Gabriela Nascimento.

Quando a mesa-redonda terminou, levantei para dar um abraço no amigo Erick Sama, da Editora Draco, que acabara de montar seu estande num cantinho do andar térreo do Memorial.  Ele trouxe uma mala robusta cheia de livros para vender, mas, com um catálogo de mais de cinquenta obras, só havia uns poucos exemplares de cada título.  Meus romances Xochiquetzal, uma Princesa Asteca entre os Incas e a Guardiã da Memória marcaram presença, bem como as antologias Erótica Fantástica 1, Vaporpunk e Dieselpunk.
Lançamento de Bestiário — Novas Criaturas com Jacques
Barcia e as Três Anas: Carolina; Cristina; e Lúcia. 

Quando eu estava na mesa de autógrafos da Bestiário II — antologia que, à semelhança da anterior, foi organizada por Ana Cristina Rodrigues e Ana Lúcia Merege — chegou a equipe do PodCast da UFRGS, Fronteiras da Ciência.  Gravamos nossas participações no programa num cantinho do próprio andar térreo do Memorial.  Nossos entrevistadores foram Aline Villavicencio e o físico Marco Aurélio Idiart, que confessou apreciar antes literatura policial do que ficção científica.  Falamos sobre universos ficcionais, nossas carreiras, autores favoritos, fontes de inspiração, definições de FC hard, space opera e história alternativa.  Um bate-papo bem legal que deverá estar no ar dentro em breve aqui (http://www.ufrgs.br/frontdaciencia/).

PodCast "Fronteiras da Ciência" Flávio Medeiros, GL-R e Roberto de Sousa Causo.

Concluída a gravação, saí para almoçar no mesmo bistrô próximo ao Memorial em que havíamos jantado ontem, com os amigos Flávio Medeiros, Max Mallmann, Hugo Vera, Larissa Caruso, Marcelo Galvão e Andrea Apocrypha.  Desta vez sentamos do lado de fora.  Após breve visita ao toalete, Flávio descobriu Simone Saueressig no salão do restaurante e a pescou para nossa mesa.  Comi um talharim com frango desfiado ao molho de queijo, regado por uma taça de Boscato.  Durante o almoço, por duas ou três vezes passaram caravanas de jovens em frente ao bistrô, rumando para o Memorial.  Torcemos horrores para que ingressassem no recinto, porém, até onde eu sei, nenhum dos rebanhos numerosos se atreveu a galgar as escadarias da instituição.  Falamos de ficção científica em geral e FCB em particular; de nossas profissões & atividades extraliterárias; do mercado imobiliário em geral e da vida nas grandes cidades.  Para não perder o hábito, falamos sempre bem dos presentes e mal dos ausentes.

Almoço no Bistrô: Flávio, GL-R; Max, Andréia, Galvão, Larissa e Huguinho.

De volta ao Memorial, mais um bate-papo rápido com o Erick Sama no estande da Draco e, a caminho do auditório para assistir nova mesa-redonda, adquiri um exemplar da Crônicas de Espada e Magia (Argonautas, 2013) das mãos da Ana Cristina Rodrigues, uma das participantes da antologia.  Além da Ana Cris, o livrão conta com mestres internacionais como George R.R. Martin; Michael Moorcock, Robert E. Howard; e Fritz Leiber, além dos bambas nacionais, Carlos Orsi Martinho; Max Mallmann; e Roberto de Sousa Causo.  O volume maciço foi organizado por Cesar Alcázar e já foi cognominada MMM (Mallmann-Martin-Moorcock); poderia ter sido 4M, se o Martinho não houvesse assinado apenas como “Carlos Orsi”.
Às 15h00 começou a mesa-redonda “Space Opera Brasileira”, moderada por Roberto Causo, com a participação de Mustafá Ali Kanso, Hugo Vera e Larissa Caruso.  Após as definições de praxe do subgênero e de um breve histórico do gênero na literatura anglo-saxã e de um apanhado mais breve ainda do que se escreveu de space opera no Brasil em priscas eras, Causo passou a palavra ao Hugo e à Larissa, para que a dupla falasse do Projeto Space Opera, triantologia de contos brasileiros no subgênero, que lançou seu primeiro volume em 2011 e o segundo no ano passado.  Em seguida, Causo tentou que Kanso falasse um pouco de suas próprias incursões space operísticas, porém, em minha opinião, apesar do esforço hercúleo, foi apenas parcialmente bem-sucedido nessa missão.

Space Opera Brasileira: mesa-redonda com Roberto Causo, 
Mustafá Ali Kanso, Hugo Vera e Larissa Caruso.

No fim dessa mesa-redonda, Cesar Alcázar me convocou e conduziu a uma sala multiuso no segundo andar do edifício, onde se desenrolou o Vozes: Autores Nacionais Leem Trechos de Suas Obras.  Junto com a jovem autora carioca de fantasia, Luciane Rangel, participei do Vozes 3, que rolou de 16h00 às 17h00.  Li trechos selecionados de meu próximo romance, Aventuras do Vampiro de Palmares, focando mais na estrutura da linha histórica alternativa em si, com ênfase no confronto entre o Real Contratador dos Diamantes, João Fernandes de Oliveira e o Capitão Diabo das Geraes, do que no dito vampiro.  Em seguida, Luciane leu um trecho de seu romance infantojuvenil sobre doze jovens associados aos doze signos do zodíaco, encarregados de proteger a humanidade contra as incursões de monstros extradimensionais.  Findas as leituras, respondemos as perguntas da plateia pequena (cerca de quinze pessoas), mas interessada.  Falei sobre a gênese desse universo ficcional dos Três Brasis e apresentei brevemente o conceito de linha histórica alternativa.  Respondi questões do Max Mallmann, Sílvio Alexandre, do fã Leonardo de Albuquerque e da moderadora de nossa mesa, Olívia Barros.

Vozes 3: Luciane Rangel, GL-R e Olívia Barros.

Permaneci na sala após minha participação para assistir o Vozes 4, com a participação de Max Mallmann e André Z. Cordenonsi.  Max Mallmann leu um trecho de seu magnífico Centésimo em Roma (Rocco, 2010), justo a passagem em que Nero enfim se suicida para evitar que o protagonista, Desiderius Dolens o capturasse.  Já André leu um conto completo ambientado no mesmo universo ficcional de seu romance, Duncan Garibaldi.  Uma surpresa agradável desse U.F. é que, ao contrário do que eu pensava, não se trata de mais elfos, fadas, duendes e anões chupados em modo automático de tudo o que já se escreveu desde Tolkien na literatura anglo-saxã, mas sim da exploração dos mitos e folclores lusitanos.  Findas as leituras, fiz três perguntas ao Max e uma ao André.  De volta ao térreo, comprei meu exemplar autografado do Duncan Garibaldi e a Ordem dos Bandeirantes (Underworld, 2012).

Vozes 4: André Cordenonsi, Max Mallmann e Olívia Barros.

Daniel Dutra reclamou que não conseguiu adquirir um exemplar da minha coletânea Histórias de Ficção Científica de Carla Cristina Pereira (Draco, 2012).  Se duvidar, meu único livro da editora que o Erick Sama não trouxe para vender na Odisseia 2013.  Contudo, pelo bate-papo que tive com o Erick após o término do Vozes 4, após que a editora não pôde reclamar: vendeu bem mais da metade dos livros que levou para o evento, voltou para Sampa com a mala quase vazia!
Encerradas as atividades formais da 2ª Odisseia de Literatura Fantástica, partimos para a comemoração.  Antes, porém, eu e Hugo Vera demos uma mão ao Erick para conduzir o remanescente dos livros da Draco até o Lido Hotel.  Lá chegando, meus amigos fizeram seu check-in e subiram para o quarto.  Enquanto os aguardava, adiantei um pouco esta crônica.  Do hotel, seguimos de táxi até a churrascaria Galpão Crioulo, a mesma em que, ano passado, havíamos comemorado o encerramento da 1ª Odisseia.  Há muito tempo não comia tanto e não bebia tanto quanto neste sábado.  Erick sentou-se ao meu lado direito e o casal Bruno Schlatter e Ana Carolina da Silveira à minha frente.  As carnes, como da vez anterior, estavam saborosas.  O vinho escolhido foi nosso velho conhecido, o Boscato Reserva Merlot, uma das melhores — senão a melhor — relação custo-benefício do país.  Já o show de danças e músicas folclóricas desta vez decepcionou, pois, ao contrário do ano passado, não logramos escalar um participante da Odisseia para subir ao palco e arriscar a vida enfrentando chicotes e boleadeiras, como Rober Pinheiro fez da última vez.  Não obstante o lobby fracassado que levamos avante em prol do Hugo Vera, acabou que não escalaram ninguém das duas mesas que ocupávamos e, quando dei por mim, o show já havia acabado.
Além do bate-papo animado com Erick, Bruno, Carol e Flávio Medeiros, travei contato com Artur Vecchi, antigo amigo virtual das lides da Intempol.  Nascido carioca, Artur naturalizou-se gaúcho ao desposar uma nativa.  Conversamos um bocado sobre os desenvolvimentos originais e atuais do universo ficcional intempoliano.
Artur Vecchi e GL-R na Galpão Crioulo.

Erick Sama e GL-R felizes e algumas poucas garrafas acima...

Hugo Vera, GL-R e Flávio Medeiros.  Huguinho, último bastião da sobriedade.

Enfim, como tudo que é bom dura pouco, nosso jantar apoteótico chegou ao seu fim e nós quitamos a conta parruda em função das muitas garrafas de vinho e regressamos ao hotel.  Como, eu não sei... :-)
Lido Hotel, Porto Alegre, 13 de abril de 2013 (sábado).

DIA 3
201304142359P1  —  19.273 D.V.

Acordei cerca de 08h45 com o telefonema do Erick convidando-me para o café da manhã no restaurante do Lido.  Ao falar com ele, percebi que estava gripado e quase sem voz.  Desjejum iniciado, após a segunda xícara de café preto, comecei a me sentir razoavelmente humano outra vez.  Depois de alguns pães de queijo, a voz já estava normal a ponto de eu conseguir descrever uma ou duas cenas de ação da trilogia que estou escrevendo no mesmo universo ficcional do romance A Guardiã da Memória.
Então olhei para o relógio e percebi que já era 09h40.  Pequeno detalhe: meu voo decolaria dentro em setenta minutos do Salgado Filho.  Propus me despedir do Erick e do Hugo, visto que o voo deles para Sampa só partiria por volta do meio-dia, mas acabamos combinando seguir junto para o aeroporto.  Felizmente, neste domingo ensolarado o trânsito estava ótimo em Porto Alegre e só levamos quinze minutos do Lido até o setor de embarque do aeroporto.  Antes de me despedir dos meus bons amigos, mostrei-lhes o exemplar da antologia de ensaios The Sex is Out of This World que constituiria minha leitura na viagem de volta para o Rio.  Na chegada, ao contrário de Porto Alegre, a cidade estava chuvosa e friorenta, ocasião perfeita para me recobrar da ressaca e me preparar para o início da semana.
Enfim, mais uma Odisseia Fantástica concluída com êxito.  Os cinco organizadores, Chris, Duda, Cesar, Nikelen e David estão de parabéns!
Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 14 de abril de 2013 (domingo).



Participantes:
Adriano Siqueira
Alicia Azevedo
Ana Carolina Silveira
Ana Cristina Rodrigues
Ana Lucia Merege
Andre Zanki Cordenonsi
Andréa “Apocrypha” Alves
Artur Vecchi
Bruno Schlatter
Camila Fernandes
Celly Borges
Cesar Alcázar
Christian David
Christopher Kastensmidt
Daniel Dutra
Douglas Quintas Reis
Duda Falcão
Edgard “Garappa” Refinetti
Eric Novello
Erick Sama
Estevão Ribeiro
Everson Probst
Flávio Medeiros
Felipe Castilho
Fernanda Lima Kastensmidt
Gabriela Nascimento
Georgette Silen
Gerson Lodi-Ribeiro
Giulia Moon
Henrique de Lima
Hugo Vera
Humberto (Martha Argel)
Jacques Barcia
Kyanja Lee
Larissa Caruso
Leo Carrion
Leonardo de Albuquerque
Luciane Rangel
Marcelo D. Amado
Marcelo Galvão
Marcelo Paschoalin
Martha Argel
Max Mallmann
Mustafá Ali Kanso
Nikelen Witter
Regina Zilberman
Rober Pinheiro
Roberto de Sousa Causo
Rosana Rios
Sílvio Alexandre
Simone Mateus
Simone O. Marques
Simone Saueressig
Walter Tierno