quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Argos 2017
na Veiga de Almeida

201712161935O7 — 20.981 D.V.

“Para de bancar a pedra e vem ser vidraça comigo!”
[Alfredo Keppler, ex-presidente do CLFC]

Neste último sábado da primavera, tarde ensolarada no Rio de Janeiro, deu-se a aguardada cerimônia de entrega do Prêmio Argos 2017, no campus Tijuca na Universidade Veiga de Almeida.
Premiação que quase foi descontinuada este ano, depois que o presidente do Clube de Leitores de Ficção Científica, Clinton Davisson anunciou nas redes que, ao contrário dos certames anteriores, não teria condições de carregar todo o piano sozinho nas costas, pois agora está residindo e lecionando no interior do Mato Grosso.  Após a saraivada de sugestões inúteis na lista de discussões do clube, apresentadas pelos mesmos velhos palpiteiros de plantão, que adoram opinar, desde que não precisem colocar a mão na massa, eis que surge o trio de paladinos da causa, Luiz Felipe Vasques, Eduardo Torres e Jorge Gervásio Pereira, para assumir a organização do prêmio, voluntariando-se para criar o comitê organizador e apurador que, em última análise, possibilitou o Argos 2017.
Além das categorias tradicionais, Melhor Romance, Melhor Ficção Curta e Melhor Antologia ou Coletânea, este ano o CLFC concedeu o Argos Especial, pelo conjunto da obra, a Douglas Quintas Reis, publisher da Devir, falecido em 12 de outubro último.

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Bem que tentei ir de ônibus para a UVA com o auxílio do aplicativo de celular Moovit, estratégia bem-sucedida por ocasião do segundo dia da Primavera Literária 2017, dois meses atrás.  Confiante nos horários apregoados pelo aplicativo, cheguei ao ponto de ônibus com cinco minutos de antecedência.  Um quarto de hora mais tarde, nada do busão.  Como trabalhava sem muita lazeira, julguei melhor pegar um táxi, que me deixou no campus universitário em questão de quinze minutos.  Leitura de bordo: romance The Ruins of Isis (Timescape, 1978), da Marion Zimmer Bradley.  Deu tempo até para eu me perder dentro do genuíno labirinto de Knossos da UVA, indo parar num seminário de RPG, antes de encontrar o Alexey Dodsworth na portaria e juntos descobrirmos, alguns uns poucos percalços, onde ficava a tal sala A-206, vulga “Miniauditório”.
Lá chegando, encontramos o presidente da comissão organizadora do Argos, Luiz Felipe Vasques, Eduardo Torres e Daniel Russel Ribas.  Na sala, o professor Gabriel Cruz comandava os últimos minutos de uma exibição de curtas de animação produzidos pelos alunos da universidade.  Pouco mais tarde chegava Clinton Davisson, presidente do CLFC e Miguel Carqueija, sócio sênior do CLFC-Rio.  Ana Lúcia Merege e família, Alexandre Mandarino, Carlos Eugênio Patati, Octavio Aragão e seus dois filhos já se encontravam na instituição, assistindo a mostra de curtas.  Pouco mais tarde, chegavam os amigos Jorge Pereira, Ricardo França e Hamilton Kabuna.
Durante os intervalos da cerimônia aproveitei para travar contato presencial com dois autores que já conhecia há tempos pelo Facebook: Ricardo Santos e Heitor Vasconcelos.

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Pouco antes do início da cerimônia, quando já estávamos acomodados no conforto climatizado do miniauditório, Patati se sentiu mal e Luiz Felipe decidiu acompanhá-lo até os portões da UVA, embarcando-o de volta para casa.  Aproveitamos o atraso para bater papo com os amigos, retomar contatos antigos e estabelecer novos.
Assim que Felipe regressou de sua missão, Gabriel Cruz deu início aos trabalhos e passou a palavra a Vitor Almeida, da editora Arqueiro, uma das patrocinadoras da premiação.
Vitor expôs uma breve apresentação em PowerPoint de seu trabalho de mestrado em Criação e Produção de Conteúdos Digitais, Consumo de Ficção Especulativa no Brasil.  Uma análise quantitativa interessante sobre os padrões de consumo de literatura fantástica estrangeira e brasileira no país.
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Finda a apresentação, Clinton Davisson tomou a palavra para falar da importância e do significado do Clube de Leitores de Ficção Científica em geral e do Prêmio Argos em particular.  Em seguida, anunciou o Argos Especial, concedido este ano a Douglas Quintas Reis.  Um prêmio póstumo não planejado, o primeiro da história da premiação, uma vez que, infelizmente, entre a decisão de premiar o publisher da Devir e a cerimônia, o homenageado faleceu.

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Após o anúncio do Argos Especial, os organizadores convocaram Daniel Russell Ribas para entregar as premiações aos três primeiros lugares, dentre os cinco finalistas anunciados, na categoria Melhor Ficção Curta.
O terceiro lugar foi para o conto “A Noviça Escarlate”, de Luiz Felipe Vasques, publicado na antologia Crônica da Guerra dos Muitos Mundos (autopublicação), organizada por Rita Maria Félix da Silva.
O segundo lugar foi concedido pelos eleitores ao conto “O Domo, o Roubo e a Guia”, de Roberta Splinder, publicado na antologia Dinossauros, organizada por mim para a editora Draco.  Na ausência da autora, recebi o prêmio de segundo lugar, que consistiu no exemplar O Feiticeiro de Terramar, da Ursula K. Le Guin, em edição da Arqueiro.
O vencedor foi o conto “O Grande Livro do Fogo”, de Ana Lúcia Merege, publicado na antologia Medieval: Contos de uma Era Fantástica, organizada por ela e pelo Eduardo Massami Kasse para a Draco.  Além do troféu Argos 2017, atribuído ao primeiro lugar, como parte da premiação, Ana Merege recebeu um envelope com R$ 500,00 (quinhentos reais), retomando uma prática que não acontecia desde o Argos 2000, o primeiro da história da premiação.
O segundo e terceiro lugares das três categorias competitivas receberam títulos da editora Arqueiro.
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Em seguida, na categoria Melhor Antologia ou Coletânea, os organizadores escalaram Eduardo Torres para entregar as premiações aos três primeiros lugares.
Em terceiro lugar, a coletânea Mistérios do Mal, coligindo contos de Carlos Orsi, publicado pela Draco.
Em segundo lugar, a antologia Estranha Bahia, organizada por Alec Silva, Ricardo Santos e Rochett Tavares, para a editora Ex! (autopublicação).
A vencedora foi a antologia Medieval: Contos de uma Era Fantástica, organizada pela Ana Merege e pelo Edu Kasse para a Draco, recebendo seu merecido troféu Argos 2017 e o envelope com a premiação em dinheiro.  É a segunda vez seguida em que o conto de um antologista do vencedor na categoria Melhor Antologia ou Coletânea também se sagra vencedor na categoria Melhor Ficção Curta.
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Fui convocado pelos organizadores para entregar as premiações dos três vencedores do Argos 2017 na categoria Melhor Romance, anunciados entre os cinco finalistas anunciados.
O terceiro lugar foi para o romance de fantasia A Fonte Âmbar, da Ana Merege, publicado pela Draco.  Permiti que a Ana escolhesse seu livro-prêmio, embora, àquela altura, já houvesse poucas opções entre os brindes.
O segundo lugar coube ao romance de dark-fantasy O Caminho do Louco, de Alex Mandarino, publicado pela editora Avec, de Porto Alegre.
O vencedor foi o romance Esplendor, de Alexey Dodsworth, publicado pela Draco, fazendo jus ao troféu Argos 2017 e à premiação em dinheiro.  Alexey já havia vencido nesta categoria em 2015, com o romance 18 de Escorpião (Draco, 2015), ambientado no mesmo universo ficcional que Esplendor.[1]
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Cerimônia de premiação do Argos 2017 no miniauditório da UVA, campus Tijuca.

Plateia: Rebuliço pré-cerimônia - Ricardo França, Jorge Pereira, Miguel Carqueija.

Preparações: Clinton Davisson e Gabriel Cruz.

 Amigos draconianos concorrentes: Ana Lúcia Merege e Alexey Dodsworth.


Comitê organizador: Luiz Felipe Vasques e Eduardo Torres.

Octavio Aragão & Filhos.

Abertura de Gabriel Cruz.

Argos Especial: Douglas Quintas Reis.

Apresentação "Consumo de Ficção Especulativa no Brasil".

Melhor Ficção Curta:
Ana Lúcia Merege (1º); GL-R por Roberta Splinder (2º); Luiz Felipe Vasques (3º).

Melhor Antologia ou Coletânea:
Ana Lúcia Merege (1º);  Ricardo Santos (2º); Clinton Davisson por Carlos Orsi (3º).

Melhor Romance:
Alexey Dodsworth (1º);  Alexandre Mandarino (2º); Ana Lúcia Merege (3º).



Concluída a parte oficial da premiação, não pude comparecer ao melhor da festa, que é sempre a comemoração festiva num bar ou restaurante próximo, pois precisava voltar para casa e me preparar para a festa de Natal com o pessoal do curso de italiano.
Portanto, saí da UVA a pé em companhia de Ricardo França e Miguel Carqueija.  Seguimos até a Praça Afonso Pena, onde embarcamos no metrô.  Durante a viagem, contei para o França algumas nuances do Ruins of Isis, uma espécie de O Conto da Aia exatamente o contrário.

Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 16 de dezembro de 2017 (sábado).



Participantes:
Alexandre Mandarino
Alexey Dodsworth
Ana Lúcia Merege
Carlos Eugênio Patati
Clinton Davisson
Daniel Russell Ribas
Eduardo Torres
Gabriel Cruz
Gerson Lodi-Ribeiro
Hamilton Kabuna
Heitor Vasconcelos
Jorge Gervásio Pereira
Luiz Felipe Vasques
Miguel Carqueija
Octavio Aragão
Ricardo França
Ricardo Santos
Vitor Almeida

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Centenário de Arthur C. Clarke no Planetário da Gávea

201712152359O6 — 20.980 D.V.

“Decidi abandonar a série quando percebi que o personagem pelo qual eu sentia mais empatia era o tardígrado.”
(Meu comentário a Edu Torres sobre Star Trek: Discovery)

“A internet nos concede a capacidade de aprender um idioma por ano, se a gente quiser, mas a gente usa a internet para fazer fofoca.”
(Alexey Dodsworth)


Cheguei (um pouco) mais cedo ao trabalho hoje para poder sair mais cedo de consciência tranquila, a fim de assistir uma palestra e participar de uma mesa-redonda em comemoração ao centenário do nascimento de Arthur C. Clarke no Planetário da Gávea.  Depois de pensar um pouco sobre a melhor maneira de me deslocar da sede da Prefeitura até o Planetário, concluí que o busão era a melhor saída.  Ou melhor, os busões.  Pois peguei o velho e bom 110 que uso habitualmente para voltar para casa e, do ponto em frente ao meu prédio, tomei outro ônibus até o Planetário.  Calculei bem a duração da viagem, já computados os engarrafamentos de sexta-feira à tarde, pois consegui chegar ao destino quinze minutos antes do horário combinado de 17h00.
O fato de ter saltado na Lagoa e caminhado até em casa, como sempre faço, livrou-me de um engarrafamento mais do certo, do qual me tornaria vítima, caso houvesse simplesmente pedido um UBER para me levar direto do trabalho até a Gávea.

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Cheguei ao Planetário às 16h45 e fui conduzido ao auditório da Cúpula Carl Sagan, onde encontrei Eduardo Torres.  Pouco depois chegavam Naelton Araújo, meu veterano na graduação na Astronomia e nosso elemento de ligação no Planetário da Gávea, e Alexey Dodsworth, de mala em punho, literalmente, pois acabara de chegar do aeroporto.  Alexey ministraria a versão em português da palestra que proferiu em Canterbury dias atrás: “Todos estes mundos são seus, exceto Europa: A Ética da Terraformação”.
O coordenador do evento pelo lado do Clube de Leitores de Ficção Científica, Luiz Felipe Vasques, chegou logo depois, munido do notebook que possibilitaria a transmissão ao vivo da palestra do Alexey e da mesa-redonda que se seguiria à mesma pelo novo canal de Youtube da agremiação.
Apenas o presidente do CLFC, Clinton Davisson, sexto componente da mesa, ainda não havia chegado, por conta do trânsito caótico do regresso do trabalho com happy hour deste início de noite de sexta-feira.
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A palestra do Alexey foi interessante e instrutiva.  Após falar um pouco de sua participação no seminário sobre o centenário do nascimento do Clarke em Canterbury, dissertou sobre a ética da terraformização em relação a quatro escolas filosóficas: antropocentrismo, zoocentrismo, biocentrismo e cosmocentrismo.  Falou também das principais questões filosóficas presentes na obra do autor britânico e das perspectivas comerciais da mineração de asteroides.

Palestra de Alexey Dodsworth 1.

Palestra de Alexey Dodsworth 2.



Ao fim da palestra, Felipe nos convidou a compor a mesa-redonda, agora sim, já com a presença de Clinton, que chegara durante a palestra do Alexey.
Eduardo Torres abriu a mesa falando sobre a ética da intervenção alienígena na Terra em termos de destino manifesto nos romances O Fim da Infância (1953) e 2001: Odisseia no Espaço (1968) e sobre outra intervenção alienígena, essa mais light, no sistema jupiteriana, no romance 2010: Odisseia no Espaço II (1982).
Em seguida, embarcando no mote da palestra do Alexey, falei um pouco sobre a mudança de enfoque na temática de terraformização na obra de Clarke, desde o antropocentrismo explicitado em Areias de Marte (1951) até o enfoque biocêntrico, apenas esboçado em Canções da Terra Distante (1985).
Clinton Davisson falou sobre as críticas negativas que Clarke recebeu ao longo de sua carreira por privilegiar o sense of wonder em seus enredos, em detrimento do desenvolvimento psicológico dos personagens.
Naelton Araújo falou um pouco sobre as carreiras paralelas de Clarke como cientista e divulgador científico, abordando, inclusive, a proposta das órbitas geossíncronas, hoje batizadas órbitas Clarke.

Naelton Araújo.

Eduardo Torres, GL-R.

 Alexey Dodsworth.


Clinton Davisson.

Mesa-Redonda 100 anos de Arthur C. Clarke.

Mesa-redonda.


Luiz Felipe Vasques.


Em seguida, abrimos a mesa-redonda para as perguntas da plateia que, apesar de pequena em número, participou ativamente do evento, que só se encerrou por volta das 20h00.
Ao longo da palestra e da mesa-redonda a plateia flutuou em torno de vinte e cinco espectadores presenciais.  No instante em que escrevo este parágrafo, o canal de Youtube indica que já houve 66 visualizações do evento, que consta ali com duração de 2h36min36s.  Dentre os presenciais, compareceram os amigos Ricardo França, Flávio Lúcio Abal e Adílson Júnior.[1]

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Cartaz do evento.


Do Planetário, caminhamos até a Praça Santos Dumont e sentamo-nos à mesa para o jantar comemorativo no restaurante Garota da Gávea.  Dividi com Mr. President um filé ao bêbado (tudo a ver com o clima festivo reinante no evento) e linguiças calabresas com farofa e molho a campanha, ágape regado por um honesto Miolo Reserva Cabernet Sauvignon que Edu Torres nos ajudou a liquidar.  Durante o jantar conversei principalmente com o Clinton, o Edu, o Felipe, e uma jovem que conhecemos ali à mesa, a Laísa.

Garota da Gávea 1.

Garota da Gávea 2.



Contamos para Laísa um pouco da história do CLFC e Clinton nos falou sobre a vida de professor universitário numa cidade do interior de Mato Grosso.  Felipe perguntou-nos se o Argos se encontra registrado em nome do CLFC.  Abordamos en passant a ideia de organizar uma antologia de contos inspirados nos trabalhos de Arthur C. Clarke.  Ao fim do jantar, despedimo-nos com um “até amanhã!”, pois a maioria dos presentes se reencontrará na tarde de sábado para a cerimônia de entrega do Prêmio Argos 2017 no campus Tijuca da Universidade Veiga de Almeida.
Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 2017 (sexta-feira).



Participantes:
Adílson Júnior
Alexey Dodsworth
Clinton Davisson
Daniel Russell Ribas
Eduardo Torres
Flávio Lúcio Abal
Gerson Lodi-Ribeiro
Laísa Torres
Luiz Felipe Vasques
Naelton Araújo
Ricardo França


quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Primavera Literária 2017

201710272359O6 — 20.930 D.V.

“Às cinco da tarde, os raios do Sol entrarão por aquele vitral e iluminarão as capas dos seus livros no estande da Draco.”
(Felipe Coutinho)

Dia 1 (Sexta-feira – data estelar: 20171027O6)
Comecei meu expediente mais cedo essa manhã na Prefeitura para poder sair no meio da tarde para comparecer a edição 2017 da Primavera Literária do Rio de Janeiro.  Após uma manhã e início de tarde solucionando processos administrativos — pois estamos vivendo no IPTU os efeitos do rescaldo do Projeto Atualiza e a perspectiva da entrada em vigor da primeira Planta de Valores em duas décadas — consegui levantar de minha mesa às 14h30, desejar “bom fim de semana” aos meus companheiros de combate e seguir para a estação Estácio do metrô.  Após uma viagem tranquila até a estação Uruguaiana, caminhei até a Casa França-Brasil, a nova sede da Primavera Literária, após três edições seguidas nos jardins do Palácio do Catete.
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Ao entrar no belo prédio histórico que hoje abriga a Casa França-Brasil[1], em pleno centro histórico da cidade, deparei-me com o estande da Aquário Editorial, onde encontrei Estevão Ribeiro, com quem conversei durante alguns minutos.
Em seguida, dirigi-me ao estande da Draco, onde tive o prazer de conhecer o quadrinista niteroiense Felipe Coutinho, responsável pelo estande nesta edição da Primavera Literária.  Uma vez mais a Draco acertou em cheio na escolha do comandante de operações de seu estande carioca: Felipe mostrou-se invariavelmente simpático, paciente e divertido ao lidar com o público visitante do estande.
Inspecionei brevemente os outros estandes do evento.  Com cerca de quarenta editoras expositoras, a Primavera Literária está menor este ano, talvez por causa da crise econômica, talvez por conta da mudança do espaço.  No que se pese que a diminuição no número de expositores foi justamente o fator que possibilitou a mudança para a Casa França-Brasil, pois o local não comportaria o número de estandes presentes em Primaveras Literárias passadas nos jardins do Palácio do Catete.  Por outro lado, o espaço coberto proporciona maior proteção contra as intempéries climáticas: em certames passados o evento foi perturbado por temporais, inclusive, com a queda de árvores bem próximo aos estandes e ao público visitante.
Pouco depois, chegava o amigo Luiz Felipe Vasques, com quem conversei longamente para colocar em dia os papos e questões intra e extrafandom.  O assunto da semana foi sem dúvida o anúncio do presidente do Clube de Leitores de Ficção Científica, Clinton Davisson, de que não haverá Prêmio Argos este ano.  Clinton anunciou o fato dois dias atrás na lista de discussão do CLFC e o assunto se espalhou rapidamente pelas redes sociais.  Os motivos expressos por Clinton foram absoluta falta de tempo para organizar a premiação.  Talvez esteja na hora de reformular o Argos, de repente, tornando-o mais parecido com o antigo Prêmio Nova que reinou na comunidade de literatura fantástica nacional durante a década de 1990.

Estande da Draco na Primavera Literária 2017.


Felipe Coutinho e Luiz Felipe Vasques.

GL-R e Luiz Felipe Vasques.


Conversei com Luiz Felipe sobre a nova série da franquia Jornada nas Estrelas, Star Trek: Discovery.  Realmente, a série anda um bocado fraca.  Desisti de assistir após o quarto episódio.  Para se ter uma ideia de como os roteiros estão ruins, o personagem mais interessante e carismático é um tardígrado gigante que ajuda uma nave estelar experimental da Federação a saltar pelo equivalente ao hiperespaço naquele universo ficcional.
Aproveitei a presença na Primavera Literária para comprar o presente para meu velho amigo dos tempos da graduação em Astronomia no Observatório do Valongo, Ronaldo Fernandes, que comemoraria seu aniversario dali a algumas horas na filial do Largo do Machado da cervejaria Devassa.  A combinação inicial era que Cláudia comparecesse ao evento comigo.  Porém, acometida por uma gripe forte, ela se declarou sem autonomia de voo para tanto.  De qualquer forma, encontrei o presente ideal para o Ronaldo no estande da Aleph, genuíno vórtice de tentação para todos os amantes da literatura fantástica anglo-saxã publicada em português.  O presente?  A bela edição comemorativa do jubileu de ouro do romance clássico Blade Runner (no original: Do Androids Dream of Electric Sheep?, 1968), de Philip K. Dick.
Por volta das 17h00, como Felipe Coutinho já havia anunciado, os raios do sol poente penetraram pelo vitral da fachada da frente da Casa França-Brasil, incidindo exatamente sobre o estande da Draco e proporcionando um punhado de fotos interessantes.

Reflexo do vitral nos livros da Draco.

Daniel Russell Ribas e Luiz Felipe Vasques: antologistas autografam a Monstros Gigantes.

GL-R, Luiz Felipe, Kássio Alves e Daniel Ribas.


Uma hora mais tarde, nosso amigo Daniel Russell Ribas adentrou na Primavera Literária aos brados, mas pouca gente prestou atenção ao pretenso portento.  Autografei para ele um exemplar do romance Octopusgarden (Draco, 2017), que ele havia adquirido na Bienal do Livro, dois meses atrás, numa ocasião em que eu não estava no estande da Draco.
Travamos contato com um punhado de visitantes interessados em literatura fantástica em português, o que nos rendeu bons papos, dentre os quais destaco a conversa que tivemos com Kássio Alves e a namorada durante cerca de meia hora no estande da Draco.  O casal adquiriu exemplares autografados das antologias Super-Heróis e Monstros Gigantes (Draco, 2015), coorganizada por Luiz Felipe Vasques e Daniel Russell Ribas.
Enfim, por volta das 19h00, despedi-me dos amigos e segui a pé até a estação Uruguaiana para tomar o metrô até o Largo do Machado, onde encontrei o Ronaldo Fernandes para lhe dar um abraço pela comemoração de seu quinquagésimo primeiro aniversário.
Amanhã comparecei outra vez à Primavera Literária 2017.
Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 27 de outubro de 2017 (sexta-feira).

201710282359O7  —  20.931 D.V.

“Compre um livro do Gerson para ajudar o netinho dele que vai nascer na semana que vem.”
(Daniel Ribas, excessivo, no estande da Draco)

Dia 2 (Sábado – data estelar: 20171028O7)
Em vez de ir para a Primavera Literária de metrô, método que me obrigaria a uma baldeação e uma caminhada de cerca de dez minutos, tive a ideia brilhante de ir ônibus.  Antigamente, antes da Prefeitura baratinar as linhas de ônibus da cidade, cansei de ir à Cândido Mendes da Rua da Assembleia num ônibus direto porta-a-porta, da minha casa até a Primeiro de Março.  Só que as linhas que eu pegava mudaram de número ou não existem mais.  Solução tecnológica: instalação do Moovit em meu celular, aplicativo gratuito capaz de sugerir o melhor itinerário e meio de transporte de massa para se chegar a qualquer destino.  O aplicativo funcionou maravilhosamente bem, indicando, inclusive, o horário em que o ônibus passaria no ponto mais próximo da minha casa.  Saí às pressas e, quando eu estava a vinte metros do ponto, não é que o ônibus certo para me levar direto à Primeiro de Março realmente apareceu?  Bastou uma corridinha de nada e embarquei no busão que, ainda por cima, tinha ar condicionado funcionando.  Leitura de bordo: Tomorrow Happens (NESFA, 2002), uma coletânea de contos e ensaios do David Brin.
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Cheguei ao estande da Draco às 13h55, hora boa para render o Felipe Coutinho, que ainda não havia almoçado.  Enquanto fiquei sozinho no estande um garoto recém-alfabetizado ficou empolgadíssimo com o título de uma HQ da editora: Cortabundas.  Infelizmente, sua mãe não compartilhou dessa empolgação infantil a ponto de adquirir a revista.
Neste sábado abafado, o calor reinava no interior da Casa França-Brasil.  Quem conhece bem o prédio afirma que as instalações abrigam um sistema de ar-condicionado dos mais eficientes.  Infelizmente, o aparelho não foi ligado nem ontem, nem hoje.  É possível que o contrato da instituição com a Primavera Literária não incluísse a utilização do ar-condicionado.  Assim, visitantes transitando fleumáticos entre os estandes com camisas e blusas encharcadas de suor se tornaram lugar-comum nesta tarde de sábado na CFB.
Minha amiga Ana Lúcia Merege chegou poucos minutos antes do regresso do Felipe e, minutos depois, chegava Ricardo França.  Nesta tarde eu e França conversamos um bocado sobre cristianismo e budismo, com ênfase aos ensinamentos de Siddhartha Gautama e à hipótese da inexistência de Jesus Cristo histórico.  Hoje conheci sua esposa, Maria Helena, que passou na Primavera após prestar uma prova de japonês no Kumon.

Ana Lúcia Merege, Arnaldo Siqueira, GL-R e Daniel Ribas.

GL-R e Felipe Vinha.

Detalhes arquitetônicos da Casa França-Brasil.

O próximo a chegar foi Daniel Russell Ribas.  Nosso amigo tentou outra entrada triunfal, como a de ontem.  Novamente, ninguém lhe prestou muita atenção.  Ao longo da tarde, Ribas se mostrou ainda mais agitado do que ontem.  De qualquer forma, ainda que por vezes inoportuno, seu excesso de entusiasmo alavancou algumas vendas hoje à tarde.
Quem apareceu em seguida foi Arnaldo Siqueira, um amigo que conheci de outros certames literários, não lembro se Bienais ou Primaveras.  Conversamos um pouco sobre os lançamentos da Draco e ele acabou adquirindo um exemplar autografado de meu romance, A Guardiã da Memória (2011).
Luiz Felipe Vasques regressou hoje à Primavera Literária.  Eu, ele e França conversamos um bocado durante toda a tarde e o início da noite deste sábado na CFB.
Como de costume, os amigos Flávio Lúcio Abal e Dino Freitas também prestigiaram ao estande da Draco em diversas ocasiões ao longo da tarde e entabulamos grandes papos em cada um de seus regressos ao nosso ancoradouro draconiano.
Durante o evento, Marco Antônio Santos Freitas entrou em contato pelo Messenger do Facebook para confirmar uma entrevista radiofônica comigo sobre ficção científica brasileira.  Devo falar por cerca de meia hora ao fim da tarde para próxima terça-feira, dia 31.  A entrevista será ao vivo e feita via telefone fixo.
Outros visitantes assíduos de compareceram mais uma vez ao estande da Draco foi o casal Felipe Vina & Aline Costa.  Felipe contou que quase toda a seção de literatura fantástica da biblioteca deles é composta por títulos de três editoras: Draco, Aleph e Darkside.  Falou também que quase todas as suas aquisições mais recentes têm sido feitas em feiras literárias, por causa dos descontos atraentes.  Segundo Felipe, ir à Primavera hoje compensa mais do que à Bienal.  Já tendo lido A Guardiã da Memória, desta vez ele levou um exemplar autografado de Octopusgarden, além de quatro outros títulos, para aproveitar o desconto máximo.  Aline também adquiriu seus livros.  Ela falou que deverá participar da próxima reunião do Vórtice, grupo de discussão literária do qual faço parte.
Aliás, por falar no Vórtice, quem compareceu ao estande da Draco foi Thaís Cavalcante, uma das fundadoras do segmento da iniciativa no Rio de Janeiro.  Conversamos bastante sobre os motivos que tem impedido que ela compareça aos encontros mensais do nosso grupo de discussão.  Eu próprio também andei afastado d’O Vórtice no primeiro semestre deste ano por conta de uma série de atribulações.  Há três meses, consegui me desvencilhar de boa parte das mesmas a ponto de retomar as reuniões desse grupo e outras atividades mais ou menos correlatas.
Durante boa parte da tarde, o estande da Draco recebeu nove ou doze visitas de um pré-adolescente que Ribas logrou convencer a adquirir um exemplar da Monstros Gigantes.  O problema é que a mãe do menino não queria comprar a antologia de jeito algum e o moleque insistia, ia embora, retornava ao estande com o olhar comprido e acaba saindo de lá de mãos vazias.  A mesmíssima cena se repetiu uma dezena de vezes.  Afinal, por volta das 19h50, quando eu estava prestes a me despedir dos amigos para voltar para casa, vencida pelo cansaço, a mãe cedeu ao filho insistente e adquiriu um exemplar da antologia das mãos de um Felipe Coutinho paciente e compreensivo.  Água mole em pedra dura...
O fã de space-opera Denis de Barros passou no estande da Draco e adquiriu vários produtos da franquia homônima, organizada por Hugo Vera e Larissa Caruso.  Autografei minha noveleta “No Amor e na Guerra”, publicada na Space Opera: Odisseias Fantásticas Além da Fronteira Final (Draco, 2011).  Foi o último autógrafo que assinei na Primavera Literária 2017.
Também quase no apagar das luzes, pelo menos no que me dizia respeito, reencontrei Hamilton Kabuna, acompanhado por um grupo de alunos.  Hamilton convidou a mim e ao Daniel Ribas para falar sobre literatura fantástica brasileira em uma de suas aulas.  Em princípio, compareceremos à aula que será ministrada no sábado, 02 de dezembro.

Dino Freitas, Daniel Ribas, Ricardo França e Felipe Coutinho.

GL-R, Hamilton Kabuna e Daniel Ribas.


Cansado, mas satisfeito com o teor dos bate-papos com amigos e conhecidos, e com os contatos efetuados com leitores que eu ainda não conhecia pessoalmente, saí da Casa França-Brasil às 20h00 e caminhei até a Rio Branco para tomar o ônibus que o Moovit prometeu que passaria ali.  No entanto, como o ponto de ônibus estava com um ar de abandono, sem vivalma esperando, preferi seguir a pé até a estação Carioca, onde embarquei no metrô, rumo à estação Botafogo.  No vagão em que entrei, encontrei meu sobrinho André Henrique.  Após cumprimentá-lo, como ele estava bem acompanhado, para não atrapalhar a conversa, sentei-me do outro lado do vagão e retomei a leitura da coletânea Tomorrow Happens.  Em Botafogo, tomei o ônibus da integração para casa.

Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 28 de outubro de 2017 (sábado).



Participantes:
Aline Costa
Ana Lúcia Merege
Arnaldo Siqueira
Daniel Russell Ribas
Denis de Barros
Dino Freitas
Estevão Ribeiro
Felipe Coutinho
Felipe Vinha
Flávio Lúcio Abal
Gerson Lodi-Ribeiro
Hamilton Kabuna
Kássio Alves
Luiz Felipe Vasques
Maria Helena Conrado de Souza
Ricardo França
Thais Cavalcante
Tomaz Adour





[1].  Casa França-Brasil: http://www.casafrancabrasil.rj.gov.br .

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Bienal do Livro 2017:
Draco na Bienal

Dia 02 — 201709012359P6 — 20.874 D.V.

“Sei que sou suspeito para falar, mas meu novo rebento já nasceu lindão!”
[Minha exclamação, ao pôr as mãos pela primeira vez num exemplar de meu romance recém-publicado Octopusgarden]

Acordei cedo hoje neste meu último dia de trabalho antes de um período de férias de três semanas e meu primeiro dia de comparecimento à Bienal do Livro do Rio de Janeiro, edição 2017, que está sendo veiculada na mídia como “a maior feira de livro do Brasil”.
Meus planos originais foram alterados pela notícia do falecimento da mãe de meu amigo e colega de trabalho, Marcus Fleury.  Porém, mesmo assim, consegui chegar relativamente cedo à Prefeitura e executei algumas tarefas típicas de último dia pré-férias.
Às 12h50 embarquei na estação Uruguai do metrô rumo sua estação antípodas na linha 1, Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca, onde saltei às 13h40, rumando à saída “C”, para embarcar no BRT.  Cinco minutos mais tarde, marinheiro de primeira viagem, entrei como último da fila num ônibus duplo da linha 53 da via Transoeste.  Mesmo assim, consegui viajar sentado.  Às 14h10, desembarcava na estação Morro do Outeiro, onde baldeei para a via Transolímpica e embarquei na linha 41.  Ônibus lotado.  Porém, duas míseras estações mais tarde, cerca de nove décimos dos passageiros saltava na estação Riocentro.  Como o estande da Draco fica no pavilhão 4, preferi saltar na estação seguinte, a Olof Palme.  Saí dessa estação às 14h15 e me vi defronte ao hotel Grand Mercure, com o pavilhão 4 do Riocentro ao fundo.  Após uma caminhada breve, quinze minutos e um credenciamento mais tarde, chegava enfim ao estande da Draco, no pavilhão 4 (verde), rua N, estande nº 13.
*     *      *

O primeiro conhecido que encontrei nesta Bienal foi Tomaz Adour, publisher da Vermelho Marinho, de pé no estande dessa editora.  Mais tarde, reencontraria Tomaz no estande da Aquário Editorial.
Uma vez no estande da Draco, reencontrei Isilda Moraes, mãe do Erick Sama, que me apresentou a seu filho mais velho, Everaldo Cardoso Júnior.  Erick estava de plantão no estande da Panini, que, por sinal, é enorme e se encontra repleto de publicações suculentas, dentre as quais destaco diversas republicações em capa dura dos clássicos das HQ da Marvel que li quando garoto.  Fui até o estande em que ele estava, encontrando-o de terno dentro de um ambiente climatizado e envidraçado, conversando com outros três sujeitos engravatados.  Julguei melhor não interromper aquele grave colóquio de hierarcas.
No caminho de ida do estande da Draco para o da Panini, encontrei Diogo Nogueira, colega de trabalho que atua na Subgerência de Territorial do IPTU.  Já no caminho de volta, encontrei Ana Cristina Rodrigues e Estevão Ribeiro no estande da Aquário Editorial.  Aproveitei a oportunidade para adquirir um exemplar autografado e numerado do fix-up Fábulas Ferais (Arte & Letra, 2017).  Meu exemplar é o número 21.

Ana Cristina Rodrigues e GL-R no estande da Aquário Editorial.

Embora o Erick estivesse trabalhando na Panini, trocamos um bocado de mensagens pelo Facebook sobre minhas primeiras impressões sobre o acabamento gráfico de meu romance Octopusgarden (Draco, 2017), recém-lançado nesta Bienal.  Sei que sou suspeito para falar, mas meu novo rebento veio ao mundo muito lindo!  Mais um romance ambientado no universo ficcional Tramas de Ahapooka.  Trata-se de uma espécie de prequel do A Guardiã da Memória (Draco, 2011), livro que me rendeu o prêmio Argos 2012 na categoria melhor romance.  Desta vez a maior parte da ação não se desenrola no planeta-zoológico Skirmish / Ahapooka, mas sim em Bluegarden, um mundo oceânico que a cultura humana radicada no Sistema Gigante de Olduvaii presenteou aos dolfinos, espécie que a humanidade olduvaica promoveu à racionalidade a partir dos golfinhos.  Contudo, à guisa de faixa-bônus do livro, ao término do romance propriamente dito, eu e Erick tivemos a ideia de introduzir minha noveleta premiada “A Filha do Predador”, que mostra, justamente, a aterragem da Penny Lane em Ahapooka sob os olhos de uma Clara pré-adolescente.[1]

Capa do Octopusgarden.

4ª capa do Octopusgarden.

Orelhas do Octopusgarden.


Às 16h30 fui à praça de alimentação e comi um “sanduíche de mortadela completo” elaborado num estande gastronômico que procurava emular o estilo das bancas do Mercadão de São Paulo — segundo o Everaldo, sem grande sucesso.  De todo modo, meu sanduba estava absurdamente delicioso, no que se pese que minha fome desesperada talvez tenha perturbado um pouco a imparcialidade dessa avaliação.  O sanduíche era enorme: nem tive disposição para jantar quando voltei para casa.
Minha amiga draconiana Ana Lúcia Merege chegou pouco depois.  Ana falou que está hospedada na casa de uma prima neste fim de semana, de onde dá para ir a pé ao Riocentro.  Isilda e Everaldo estão hospedados no Grand Mercure instalado dentro do complexo do Riocentro.  Já Erick está no Midas, mesmo hotel em que se hospedou durante da Bienal do Livro 2015.
Por volta das 17h00, o Erick deu um pulo no estande da Draco para um abraço e um papinho, mas logo retornou à Panini.  Conversei bastante com Isilda e Everaldo.  Com ela, sobre família, filhos e netos.  Com ele, sobre alimentação saudável, ou nem tanto, e torcidas de futebol.

Meus romances no estande da Draco.

Minhas  antologias no estande da Draco.


Arthur Vecchi foi a única outra figura do fandom que apareceu no estande da Draco enquanto lá estive.  Mostrou alguns lançamentos de sua editora, inclusive, o primeiro romance de uma série escrita pelo Alexandre Mandarino.
Ana Merege me explicou com mais detalhes uma nova narrativa em que está trabalhando sobre um viajante temporal da época de Cartago pré-Guerras Púnicas, que mantém um rapazote grego por amante.  Uma trama que ela já havia me adiantado num café que tomamos juntos no ano passado, quando fui visitá-la na Biblioteca Nacional para buscar meu casaco que havia esquecido em Sampa, quando da minha estada célere do estande da Draco na Bienal do Livro 2016.  Preciso ler essas histórias que, por enquanto, só foram publicadas sob a forma de e-book.
*     *      *

Por volta das 19h30 me despedi dos amigos e saí do estande da Draco e do Riocentro, em direção à estação Olof Palme do BRT.  Assim que cheguei, embarquei no ônibus 41 da Transolímpica e, minutos mais tarde, saltava na estação do Morro do Outeiro.  So far, so good, but wait...  Daí, embarquei no 53 da Transoeste, só que no sentido errado e fui parar em Sulacap, em vez de no Jardim Oceânico.  Emputecido com minha burrice superconfiante, saí do ônibus e contornei o terminal, tomando cuidado para não cruzar qualquer roleta, até reembarcar noutro 53, desta vez no sentido correto e, muito tempo mais tarde, chegava à estação Jardim Oceânico, onde tomei o metrô.  Segui até a estação Antero de Quental, no Leblon e dali tomei um táxi para casa, chegando por volta das 21h20.
Leitura de bordo: nova edição do romance clássico O Fim da Infância (1953, Aleph, 2010), do Arthur C. Clarke, que inclui o conto que mais tarde se transformou no romance e um primeiro capítulo alternativo escrito em 1989.
Amanhã tem mais.
Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 01 de setembro de 2017 (sexta-feira).


Dia 03 — 201709022359P7 — 20.875 D.V.

“Educação pública estadual falida?  Chupem, Cabral e Pezão!.”

Apesar da combinação de chegar ao Riocentro às 14h00 neste sábado, por problemas de caráter pessoal, só consegui sair de casa às 14h25.  Porém, daí em diante, minha ida à Bienal transcorreu sem maiores problemas.  Às 14h35 embarcava no ônibus 460 rumo à Praça Antero de Quental, no Leblon, lá chegando por volta de 14h45.  Consegui embarcar às 14h50 naquela estação do metrô rumo ao Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca.  Às 15h10, estava na linha 53 expressa do BRT Transoeste, rumo ao Recreio de Bandeirantes e às 15h25 baldeava na estação Morro do Outeiro para o BRT Transolímpica, onde embarquei no minuto seguinte para a estação Olof Palme, em frente do Riocentro.  Ao contrário do que ocorreu ontem, hoje as composições do BRT estavam superlotadas.  Sobretudo, a Transolímpica: entupida de tanta gente.  Mesmo assim, as viagens foram rápidas e sem incidentes.

João Beraldo e GL-R.

Isilda Moraes no comando do estande da Draco.

Everaldo Cardoso Júnior e GL-R.

— Quem sou eu para julgar?
— Cthulhu!


Por coincidência extrema, encontrei meu amigo João Marcelo Beraldo junto à porta automática superlotada do ônibus do BRT em que eu embarcara.  Saltamos na Olof Palme às 15h30, fizemos o credenciamento dele cinco minutos mais tarde e às 15h40 chegávamos ao estande da Draco.
Porta a porta, desde o hall dos elevadores do meu andar até a Draco: 75 minutos, cruzando a cidade a bordo de unidades de transporte de massa.  É de todo possível que tenha estabelecido um novo recorde carioca.
*     *      *

A primeira pessoa com quem conversei no estande da Draco foi André Soares Silva, jovem autor da casa, criador do universo ficcional Xibalba, em que os navegadores europeus jamais descobriram a América.[2]  Falamos um bocado sobre o emprego de elementos de linguagem de época em narrativas de história alternativa e das nuances do processo criativo na elaboração de textos de literatura fantástica.  Infelizmente, esqueci de levar para o André o exemplar do meu Vita Vinum Est!: História do Vinho no Mundo Romano (Mauad X, 2016).  Consolo-me com a noção de que esse lapso deverá servir de pretexto para nos reencontrarmos dentro em alguns dias ou semanas para almoçar e retomar o papo, ocasião em que lhe entregarei meu livrinho sobre a história do vinho antigo.  De qualquer forma, autografei um exemplar do Octopusgarden para ele.

André Soares Silva e GL-R.


Enquanto conversava com André, Daniel Morena efetuou uma passagem meteórica pelo estande com seu filho, meu sobrinho Leo Morena.  Pena não ter conseguido conversar melhor com ele.  Àquela altura o estande estava meio lotado.
Outra que empreendeu uma passagem meteórica pelo estande foi minha amiga Renata Aquino, uma das líderes d’O Vórtice Rio, grupo de discussão de literatura fantástica que frequento.  Torço para que apareça outra vez para que possamos conversar melhor.
Pouco mais tarde, conheci pessoalmente o Paulo Vinícius dos Santos, criador da Ficções Humanas (www.facebook.com/ficcoeshumanas), página do FB dedicada à literatura fantástica, recheada de resenhas pertinentes de livros nacionais e estrangeiros do nosso supergênero.  Ficamos conversando, eu, Paulo Vinícius e o Beraldo por uma boa meia hora, um dos pontos altos dessa tarde.  Vinícius nos contou sobre sua iniciativa bem-sucedida de propor e implementar uma classe de leitura de literatura fantástica em pleno ensino médio para adultos no Estado do Rio de Janeiro, abrindo com nada mais, nada menos do que 1984 de George Orwell, Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley, e Fahrenheit 451 de Ray Bradbury.  Educação pública estadual falida?  Chupem, Cabral e Pezão!

Paulo Vinícius dos Santos e GL-R.


Vinícius nos surpreendeu ao sacar uma filmadora digital da mochila e entabular uma entrevista breve comigo e com o Beraldo sobre nossos trabalhos recentes e a importância de se ler literatura fantástica escrita em português.  Como já havia sido entrevistada antes para a Ficções Humanas, Ana Lúcia Merege recebeu a missão de operar a filmadora ao longo dos sete minutos e meio da entrevista.
Durante esse bate-papo, falei um pouco sobre a gênese do Octopusgarden.  Só não sei se durante a entrevista, ou se antes dela.  Autografei os romances Estranhos no Paraíso (Draco, 2015) e Octopusgarden para o Vinícius.  Distraído com o bate-papo animado, acabei cometendo a gafe de autografar aquele primeiro romance como se fosse o recém-lançado.  Felizmente, percebi o equívoco a tempo e mais ou menos o corrigi.  Para registro: o autógrafo no Octopusgarden saiu certo da primeira vez.J
Quando a quantidade de gente do estande da Draco diminuiu um pouco, pude conversar com os amigos Ana Lúcia Merege e Raphael Fernandes.  Ana estava a caráter, trajando uma capa de maga e uma sacolinha de ervas e poções atada à cintura.  Aproveitei o ensejo para fazer um filminho com minha câmera da Ana literalmente rodando a capa.  Raphael confessou ter sido o autor do texto da quarta capa do Octopusgarden.  Brincou que teria pedido ao Erick Sama para só me contar se eu gostasse do texto.  Embora eu tenha apreciado e aprovado essa quarta capa, na correria, Erick acabou não me contando da autoria do Raphael.  Ficam aqui registrados os meus agradecimentos!

Hobbit Ana Lúcia Merege a caráter.

GL-R, Erick Sama e Raphael Fernandes.


Conheci hoje o José Carlos da Silva, fã e prestigiador da literatura fantástica brasileira e meu novo amigo, pois todo fã de ficção científica e fantasia escrita em português é meu amigo.  Zé Carlos compareceu ao estande da Draco acompanhado pela esposa.  Eu e Beraldo conversamos animadamente com ele por cerca de vinte minutos sobre ficção científica em geral e FC brasileira em particular, com direito a reminiscências sobre capas e enredos dos primeiros volumes da tradução nacional da série de FC alemã, Perry Rhodan.  Autografei um exemplar de Octopusgarden para o Zé Carlos e Beraldo autografou exemplares de seus dois romances draconianos, Império de Diamante (2015) e Último Refúgio (2016).

GL-R, José Carlos da Silva e João Beraldo.

GL-R e Dino Freitas.



Hobbit gira a capa!


Pouco mais tarde, o amigo Dino Freitas compareceu ao estande da Draco, insolitamente desacompanhado de sua (até então) indefectível mala vermelha, companheira fiel de tantos e tantos raides audazes e exitosos executados por Dino aos estandes de várias edições da Primavera dos Livros nos jardins do Palácio do Catete.  Como ainda estamos na primeira semana da Bienal, nosso herói estava em seu modo exploratório e, portanto, limitou-se à aquisição de um exemplar do Octopusgarden, que prontamente autografei, enquanto nosso herói lançava olhares compridos & cobiçosos à obra de referência Armas Brancas (Draco, 2016), do Antonio Luiz M.C. da Costa, para além de a outros títulos, ambicionados, porém não comentados com este escriba.  Conversei com Dino sobre temas diversos, mas, sobretudo, sobre a compra e a guarda de livros impressos em nossas residências tão repletas de volumes.  Conversamos também sobre a situação política e econômica caótica do Estado do Rio de Janeiro e as repercussões da crise atual na educação estadual.
Mais tarde, Dino regressaria ao porto seguro do estande da Draco em companhia de nosso amigo comum, Ricardo França, que também é meu colega n’O Vórtice Rio.  Juntamo-nos os três ao Beraldo para mais uma roda de bate-papos sobre as navegações de Vasco da Gama ao longo do litoral oeste da África de fins do século XV e enredos de ficção científica nos universos ficcionais de EarthClan do David Brin; Hyperion do Dan Simmons; Guerra do Velho do John Scalzi; e Esplendor do Alexey Dodsworth.  Também conversamos sobre as adaptações de Robert Silverberg a noveletas clássicas de Isaac Asimov, como “O Cair da Noite”; “Homem Bicentenário”; e “O Garotinho Feio”, para romances.  Houve um instante em que me destaquei do bando para uma visita rápida ao Erick no estande da Panini, mas as instalações daquela editora estavam superlotadas e nem sequer logrei adentrar, quanto mais avistar o Erick.
No entanto, nosso publisher acabou dando um pulinho por volta das 19h00 no estande da Draco e, após meia hora de bate-papo, acabei convidando-o para comer algo na praça de alimentação do pavilhão verde.  Escolhemos sanduíches no mesmo estande gastronômico em que ontem degustei o tal sanduíche de mortadela completo, que, aliás, foi o pedido do Erick.  Desta vez optei pelo de calabresa e não me arrependi, embora o de ontem estivesse ainda mais substancial que o de hoje.  Aproveitamos o ensejo para conversar sobre a situação promissora da editora, conquanto imersa nas situações — não tão promissoras assim — do mercado editorial e da economia nacionais.
Quando eu e Erick regressamos ao estande da Draco, já era 20h20.  Ana Merege perguntou quando eu pretendia partir do Riocentro e, antes de olhar para o relógio, afirmei-lhe que o faria por volta das 20h00...  Pois é, o tempo passa voa quando estamos nos divertindo.  Combinei com ela que lhe daria uma carona em meu UBER até a casa da prima dela, porque, apesar de o percurso ser curto, ela seria obrigada a passar por trechos ermos e escuros.
Saímos no estande da Draco e do Riocentro em companhia de Beraldo e Ricardo França às 21h00.  Os dois seguiram até a estação Olof Palme da BRT Transolímpica, ao passo que eu e Ana aguardamos cerca de cinco minutos até o aparecimento do veículo do UBER.  Tivemos certa dificuldade para encontrar a casa da prima da Ana, mas no fim conseguimos.  De lá empreendi a viagem de regresso ao Jardim Botânico.  Por volta das 22h20 chegava em casa.  Leitura de bordo: Xica da Silva: a Cinderela Negra (Record, 2017), da Ana Miranda.
Amanhã tem mais e, para a noite pós-Bienal, combinamos sair para jantar depois de fechar o estande da Draco.
Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 02 de setembro de 2017 (sábado).


Dia 04 — 201709032359P1 — 20.876 D.V.
“Recorrerei ao meu plano B.”
[Ricardo França]

Neste domingo, optei pelo caminho mais fácil na jornada rumo à Bienal.  Às 13h40 embarquei num UBER à porta de casa e — dois engarrafamentos mais tarde e R$ 52,70 mais pobre — saltei junto ao hotel Grand Mercure, colado ao Riocentro, às 14h30.  De lá caminhei até o pavilhão 4, onde se localiza o estande da Draco.  Os engarrafamentos se deram no acesso ao túnel Zuzu Angel, na Gávea; e já no acesso ao Riocentro.  Nada sério.  Leitura de bordo: Xica da Silva: a Cinderela Negra.
*     *      *

Ao chegar ao estande da Draco, encontrei-o repleto de gente interessada nos livros e quadrinhos da editora sendo atendida por Isilda Moraes, Everaldo Cardoso e Raphael Fernandes.  Pouco depois, aparecia Ana Lúcia Merege, vinda da praça de alimentação e já se despedindo dos demais para regressar ao seio da família em Niterói.

GL-R e Octopusgarden.

Pouco depois, chegava ao estande Alexey Dodsworth, o autor talentoso dos romances Dezoito de Escorpião (2016) e Esplendor (2017), ambos lançados pela Draco, que conheci no ano passado, mas que já considero um bom amigo.  Durante a tarde e o início da noite tive oportunidade de conversar bastante com Alexey e com os amigos Ricardo França e João Beraldo, que regressaram hoje ao estande.

Alexey Dodsworth e GL-R no estande da Draco.



Conversei com o França sobre as mudanças recentes em nosso grupo de leituras de literatura fantástica.  Os próximos livros que destrincharemos serão Os Despossuídos, da Ursula K. Le Guin, e Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?, do Philip K. Dick.
Eu, França e Alexey conversamos um bocado sobre genética, árvores genealógicas e doenças hereditárias.  No entanto, interrompi esse papo interessantíssimo com todo o prazer do mundo para receber no estande da Draco, meu filho Erich, minha nora Júlia e meu futuro netinho, Bernardo.  No sétimo mês de gestação, Júlia pareceu ativa e animada.  Presenteei-os com um exemplar autografado do Octopusgarden e autografei um segundo exemplar para o pai da Júlia.  Como eles iam passear pelos estandes da Bienal, sugeri-lhes uma visita à Panini, repleto de guloseimas de HQ para todos os gostos, mas o estande estava tão lotado que eles não conseguiram entrar.

Erich Reiter Lodi Ribeiro & Júlia Figueiredo:
Bernardo em sua primeira Bienal!

Erick Sama com Octopusgarden.  A capa recebeu
elogios durante todo o evento.

Eduardo Peret e GL-R.



Em nossas conversas, Alexey falou da vontade de ajudar o CLFC a se legalizar, adquirindo seu CNPJ para poder se candidatar a receber doações de entidades internacionais interessadas em fomentar a literatura fantástica em países da América do Sul.  Conversamos ainda sobre mecenatos e contribuições de sócios para a agremiação.
Reencontrei um amigo da velha guarda do CLFC-Rio, Ygor Silva, que visitou o estande da Draco em companhia da esposa.  Rememoramos diversos incidentes épicos e divertidos que vivemos durante a Primeira InteriorCon, convenção que se desenrolou na cidadezinha paulista de Sumaré em 1989.  Outro amigo, não tão da velha guarda assim, que passou no estande foi Eduardo Peret, que adquiriu seu exemplar autografado do Octopusgarden.
Por volta das 19h00, eu, Erick, Beraldo, Alexey e Raphael empreendemos um raide ao Rei do Mate para matar a sede.  Esse estande gastronômico se encontrava cheio como todos os demais, mas não impraticável.  O assunto principal da mesa que logramos capturar para nós girou em torno de uma lata de bichos-da-seda, iguaria da gastronomia coreana que Janaína Chervezan, esposa do Erick, adquiriu para experimentar junto com o pai, Antonio Luiz M.C. da Costa.  Também falamos do excesso de expectativas e da falta de paciência dos autores iniciantes que submetem contos, roteiros de quadrinhos ou romances às editoras brasileiras especializadas em literatura fantástica.
Ao regressar ao estande da Draco, encontrei o fã Wagner, que costuma comparecer aos lançamentos dos meus livros pelo menos desde o Taikodom: Crônicas (Devir, 2009).  Desta vez não foi diferente: ele pintou no pedaço para adquirir seu exemplar autografado de Octopusgarden.  Wagner me indagou sobre a possibilidade de um novo romance no universo ficcional de Estranhos no Paraíso (Draco, 2015), pois sentiu que havia, se não um gancho, ao menos margem para uma continuação.  Confidenciei-lhe que essa questão realmente já me passou pela cabeça.  Diversas vezes.
Tendo regressado ao estande antes de nós, Alexey informou que já havia iniciado a leitura do Octopusgarden e que estava apreciando o que havia lido até então.  So far, so good.J  Também conversamos sobre seu novo romance, Extemporâneo (Presságio, 2016)[3] e sobre uma série brasileira de ficção científica disponível no Netflix, 3%, que fiquei interessado em assistir.
Antes de sairmos do estande para jantar num restaurante próximo ao Hotel Midas, onde Erick se hospedara na Bienal de 2015, adquiri cinco exemplares de meu romance recém-lançado, aproveitando o desconto de 50% oferecido pela Draco para quem compra cinco livros ou mais.  Semana que vem, devo levar mais cinco.
Saindo do Riocentro, conversei com Erick sob a possibilidade de imprimir mais exemplares da antologia Dinossauros (Draco, 2016) para suprir a demanda dos leitores cariocas, uma vez que ainda não houve lançamentos por aqui.
Uma vez no restaurante Beco Band (o mesmo em que já havíamos jantado em 2015), pedimos um churrasco misto para duas pessoas que atendeu perfeitamente a sanha famélica carnívora de cinco de nós: Erick, Alexey, Beraldo, Raphael e eu.  Como o Ricardo França não come carne, optou por um peixe.  Quando o garçom retornou, informando que o peixe estava em falta, sereno como sempre, França adotou seu plano B: massa com molho de tomate.  O repasto foi regado por três garrafas do Dom Cândido Documento Merlot 2011, que desceu tão macio e redondo quanto esperávamos.

Jantar memorável: GL-R, Erick Sama, João Beraldo, 
Raphael Fernandes, Alexey Dodsworth e Ricardo França.

Durante o jantar, rememoramos uma série de incidentes picantes ou pitorescos que se desenrolaram nos subfandons paulista e carioca nas últimas duas ou três décadas.
Como tudo que é bom acaba, por volta das 22h30, Raphael se ergueu da mesa e se despediu dos demais para pegar o UBER que o levaria até a Rodoviária Novo Rio, onde embarcaria no ônibus-leito para Sampa.  Meia hora depois, eu e os outros quatro remanescentes quitávamos a conta da mesa.  Erick pediu seu UBER ali do restaurante mesmo, ao passo que eu, França, Beraldo e Alexey caminhamos pelo Riocentro deserto até alcançar o hotel Gran Mercure, de onde os dois últimos racharam um UBER e França embarcou no BRT que o levaria de volta para sua casa, na Freguesia (Jacarepaguá).  Embarquei em meu UBER às 23h35.  Após meia-hora de viagem, aos primeiros minutos de segunda-feira, cheguei em casa.  Valor da corrida: R$ 46,10.  Leitura de bordo: Xica da Silva: a Cinderela Negra, que acabei concluindo ao fim da viagem.
Amanhã devo comparecer ao lançamento do romance gráfico Couro de Gato: uma História do Samba, do Carlos Patati, na livraria Da Vinci, no Centro.  Bienal 2017 para mim?  Agora, só na próxima sexta-feira.
Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 03 de setembro de 2017 (domingo).


Dia 09 — 201709082359P6 — 20.881 D.V.

“Seu romance devia se chamar Octopussygarden!”
[Eduardo Kasse]

Parti hoje à tarde às 13h15 aqui do Jardim Botânico para a Bienal do Livro 2017 no Riocentro, via ônibus 460 na Borges de Medeiros (Lagoa), seguido de metrô da Antero de Quental até o Jardim Oceânico e, daí, o BRT Transoeste dali até a estação Morro do Outeiro, com baldeação para a Transolímpica, saltando finalmente na estação Olof Palme às 14h30 e alcançando o estande da Draco no Pavilhão 4 da Bienal às 14h40.
*     *      *

Uma vez no estande, reencontrei Erick Sama, Isilda Moraes e Everaldo Cardoso, além dos amigos draconianos Eduardo Massami Kasse, Karen Álvares e Melissa de Sá.  O estande e a Bienal estavam explodindo de tanta gente, um movimento atípico para um dia de semana, conquanto uma sexta-feira imprensada num feriadão.
Conversei bastante tempo com Edu Kasse sobre meu romance Octopusgarden.  Edu afirmou ter apreciado os questionamentos e dilemas éticos que abalam a delfineia e, até certo ponto, sustentam a trama.  Também conversamos um bocado sobre as pesquisas e leituras que ele está fazendo para escrever um romance histórico sobre os vikings.  Passei-lhe a dica do programa de cálculos astronômicos Redshift 2, que permite obter as fases da Lua, as configurações dos céus e muito mais em qualquer data do passado ou futuro, próximo ou remoto, recurso bastante útil para elaborar cenas verossímeis em romances históricos ou futuristas.

Erick Sama e Eduardo Massami Kasse.


Por volta das 16h00 chegava a jovem autora draconiana Aya Imaeda.  Aproveitei a oportunidade para adquirir um exemplar autografado de seu romance de estreia, O Segredo do Kelpie (Draco, 2017), uma fantasia baseada no folclore escocês.  Também comprei quatro outros exemplares do Octopusgarden.  Pouco depois, chegava nossa amiga Ana Lúcia Merege, desta vez à paisana, sem a capa de hobbit que usou na semana passada.

Aya Imaeda, autora de O Segredo do Kelpie, e GL-R.


Devidamente paramentados como cosplayers de personagens de fantasia, Vivianne Fair e o marido Júlio Furlan marcaram presença mais uma vez no estande da Draco, vendendo livros e posando para fotos com leitores, fãs e curiosos.  Ela, de princesa.  Ele, como cavaleiro.  Show de bola.
José Carlos da Silva regressou hoje ao estande da Draco.  Conversamos por cerca de uma hora sobre ficção científica em geral, com ênfase nos romances de Arthur C. Clarke e Isaac Asimov.  Ele destrinchou um bocado dos enredos da série Perry Rhodan, cujos primeiros ciclos está relendo.  Zé Carlos detalhou os esforços do grupo que trouxe a série de volta ao Brasil coisa de dez ou doze anos atrás.  Falamos também sobre vinhos.  Antes de partir, ele adquiriu as antologias Super-Heróis (2013); Dieselpunk (2011); Solarpunk (2012); e Vaporpunk II (2014); além do romance Crônicas de Atlântida: O Tabuleiro dos Deuses (2011), de Antonio Luiz M.C. da Costa.
Em torno das 17h00, aproveitei uma rara estiada no movimento do estande para dar uma escapada até a praça de alimentação quase intransitável.  Comi um crepe de calabresa com um copo de mate.

Erick, Karen Álvares, Melissa de Sá e Aya Imaeda.

Autoras draconianas: Melissa, Karen e Ana Merege.


De volta à Draco, encetei um papo algo filosófico com Everaldo sobre religião, ateísmo, agnosticismo e a origem do universo.
Às 19h00 me despedi dos amigos.  Quando estava quase partindo do estande, eis que aparece o amigo Eric Novello a tempo de trocarmos um “oi-tchau”.
Saí do pavilhão 4 rumo ao estacionamento do hotel Grand Mercure, de onde pedi meu UBER.  Com o trânsito engarrafado nas imediações do Riocentro por causa da Bienal, o primeiro motorista acabou desistindo da corrida após dez minutos de espera sob a luz feérica de um poste, lendo os últimos capítulos de O Fim da Infância.  Ao contrário do que costuma acontecer nesses casos, o aplicativo não selecionou automaticamente outro motorista para mim.  Quando percebi o ocorrido, pedi outro.  No entanto, após um quarto de hora, como esse segundo motorista aparecesse em meu celular numa posição mais distante do que no início da chamada, cancelei o pedido.  Na terceira tentativa, após uma demora de mais quinze minutos, entrei em contato telefônico com o motorista e ele me explicou que se encontrava a caminho, porém preso num engarrafamento.  Resumo da ópera: só embarquei no UBER às 20h00, grosso modo, uma hora após o primeiro pedido.  Imagino que essa marca constitua um novo recorde.  O pior de tudo foi, durante todo o tempo em que esperei meu veículo, ser obrigado a contemplar com ar resignado a fila de táxis parada defronte ao hotel.
A viagem de volta para casa durou quarenta minutos e me permitiu concluir a leitura do romance de Arthur C. Clarke sob a luz da lanterna do celular.  A última palavra em tecnologia primitiva.
Amanhã tem mais.  Se hoje já estava superlotado, tremo em imaginar o quão impraticável estará o Riocentro neste fim-de-semana.
Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 08 de setembro de 2017 (sexta-feira).


Dia 10 — 201509092359P7 — 20.882 D.V.

“Ih, o Gerson hoje veio de autor de livro evangélico!”
[Eduardo Massami Kasse]

Acordamos cedo hoje, pois, antes da Bienal, cumpria comparecer ao casamento e recepção de Cristina Leopoldino na Casa das Canoas, em São Conrado.  Chegamos ao casório cinco minutos antes do horário marcado para das 11h00.  A cerimônia se deu no belo jardim da casa de festas e a recepção em seus vários salões.  Noiva brasileira; noivo natural do principado de Liechtenstein.  Segundo casamento para ambos.  História de amor antiga, acalentada por ambos desde seus vinte e poucos anos de idade, reacendida há pouco tempo nesta era de internet e redes sociais.  Para os convidados: serviço, comida, bebidas e sobremesas impecáveis, com algumas músicas antigas boas de dançar.

Esquenta da Bienal em casamento na Casa das Canoas.


Saímos de lá às 16h10.  Cláudia me deixou no São Conrado Fashion Mall e seguiu para a Zona Sul, dando carona para as amigas Ana Klotz e Roberta Soares.  Dali, pedi um UBER e, meia hora mais tarde chegava ao pavilhão verde do Riocentro.
*     *      *

Causei certa sensação ao adentrar no estande da Draco de terno e gravata: por pouco não fui confundido com um autor de livros evangélicos.  Para evitar confusões e, sobretudo, não gerar falsas expectativas literárias, apressei-me a retirar o paletó e a gravata.  A verdade é que cheguei à Draco meio esbaforido, em virtude dos excessos etílicos e gastronômicos do casamento.  Preocupado, Erick insistiu em me reidratar com goles generosos de uma garrafa d’água de prontidão no estande para esse tipo de emergência.  Logo, recobrei a estamina e o tino, prontificando-me para o corpo a corpo com leitores, fãs e interessados em literatura fantástica em português.

Erick Sama recebe autor de livros evangélicos no estande da Draco.

Luiz Felipe Vasques e GL-R.


Uma das primeiras pessoas que encontrei neste sábado na Bienal foi meu sobrinho e afilhado, Bruno Borsaro Lodi Ribeiro, para quem autografei um exemplar do Octopusgarden.

Bruno Borsaro Lodi Ribeiro e GL-R.

Gatinhas draconianas.



Luiz Felipe Vasques compareceu ao estande da Draco.  Aproveitamos o ensejo para colocar o papo em dia sobre enredos, livros & filmes, amigos em comum, fofocas cotidianas do fandom literário e particularidades obscuras do mercado editorial brasileiro.
Cirilo Lemos também compareceu.  Num instante em que o movimento no estande amainou um pouco, aproveitamos para conversar sobre as conquistas da Draco ao longo destes oito anos de existência e também da crise no ensino público estadual que, como professor, ele enfrenta em seu dia a dia profissional.  Por questão de distâncias e conduções, Cirilo foi obrigado a nos deixar mais cedo.
Outra amiga draconiana que reencontrei neste segundo sábado de Bienal foi Dana Guedes, que conheci de Primaveras do Livro passadas.  Também bateu ponto no estande da Draco e professor e farejador literário de faro proverbial para preciosidades e obras raras, Flávio Abal.  Vivianne Fair e o marido prosseguiram na tarde deste sábado com o trabalho hercúleo de cosplayers para alavancar as vendas de seus livros draconianos.

Dana Guedes e Aya Imaeda.

Autoras draconianas poderosas: Ana Merege, Dana Guedes,
Melissa de Sá, Karen Álvares, Vivianne Fair e Aya Imaeda.

Reencontrei o amigo Ricardo Rodrigues que havia conhecido na Primavera dos Livros de 2015.  Desta feita, Ricardo compareceu ao estande da Draco com o filho.  Adquiriu um exemplar do Octopusgarden para si e uma HQ para o filho.  Ricardo lamentou não ter conseguido encontrar Cirilo Lemos.
Por volta das 19h50 acompanhei Ana Lúcia Merege numa caminhada a pé até a casa de sua prima, nas cercanias do Riocentro.  Uma boa oportunidade de colocarmos o papo em dia.  Percurso mais tranquilo e menos demorado do que aquele que fizemos de UBER no sábado passado, talvez, pelo fato de já sabermos o caminho.  Mesmo assim, em meio à conversa animada, acabamos passando direto pela ponte de pedestres que conduz até a rua da prima dela.  Porém, nada que um rápido “recalculando...” não resolvesse.  Após me despedir da Ana, regressei ao Riocentro e ao estande da Draco.
Minutos mais tarde, Erick, Everaldo e Isilda fechavam o estande.  Seguimos a pé dali até as proximidades do Hotel Midas, para o jantar tradicional no restaurante Beco Band.  A caminho, ainda dentro dos pavilhões da Bienal, por volta das 21h20, eu e Felipe esbarramos com Dino Freitas.  Nosso herói puxava uma mala de rodinhas e com uma sacola cheia de livros a tiracolo.  Mal tivemos tempo de cumprimentá-lo, sem ficar para trás.  Dino rides again!
Uma vez no Beco Band, eu, Erick Sama, Edu Kasse, Luiz Felipe, Everaldo e Isilda sentamos numa mesa para dez, pois as meninas draconianas combinaram descer do hotel para jantar conosco.  De fato, mal sentamos, Aya Imaeda, Dana Guedes, Karen & Felipe Álvares e Melissa de Sá se reuniam a nós na mesa da Draco.  Luiz Felipe optou pelo rodízio, ao passo que eu, Erick, Kasse, Isilda e Everaldo dividimos dois churrascos completos.  Saímos da mesa inteiramente saciados.  Refeição regada por duas garrafas do Don Cândido Documento Merlot 2011, mesmo tinto que já agradara no domingo passado.  As meninas draconianas escolheram algumas comidinhas — que não logrei identificar do lugar da mesa onde me sentava — regadas por cervejas Itaipava e refrigerantes.  Ao longo do jantar, conversamos menos sobre literatura fantástica e mais sobre política e programação televisiva.  Finda a refeição memorável, quitamos a conta e pedimos um UBER que nos buscou próximo ao Beco Band pouco depois da meia-noite.  Deixamos Isilda no Grand Mercure e seguimos para a Zona Sul.  Ao longo dessa viagem, ainda que sonolentos, eu e Felipe conversamos sobre as perspectivas de nosso projeto Terra Brasilis.  Vamos ver se desse mato sai coelho.
Cheguei aqui em casa às 00h40 de domingo.
Amanhã será o último dia da Bienal de 2017 e meu último dia de participação nesta maratona divertida, desafiante e exaustiva, sobretudo pelas distâncias e tempos de deslocamento envolvidos.
Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 09 de setembro de 2017 (sábado).


Dia 11 — 201709102359P1 — 20.883 D.V.
“Tudo que é bom um dia acaba.”
[Ditado popular]

Domingo ensolarado neste fim de inverno carioca.  Último dia da Bienal do Livro 2017.  Para mim, dia de levar a família e reencontrar entes queridos no Riocentro.
Após o cansaço com a jornada dupla de ontem — casamento e Bienal — acordamos com as baterias recarregadas hoje de manhã cedo, dedicamos algumas horas aos afazeres profissionais e então nos preparamos para a longa jornada que nos levaria até a Bienal.  Pedimos o UBER que nos conduziria até o Riocentro, passando pela Tijuca para pegar minha mãe, num autêntico périplo automotivo carioca.  Saímos 12h30 do Jardim Botânico e saltamos às 13h45 em frente ao Grand Mercure, perto do pavilhão verde do centro de convenções gigantesco.
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Seguimos direto para a área de credenciamento, uma vez que tanto minha mãe quanto Cláudia são professoras.  O credenciamento das duas se deu sem filas ou delongas.  A atendente credenciou Cláudia erroneamente como “patrocinadora” em vez de “professora”, mas decidimos encarar essa falha como promoção e fomos em frente, ingressando no pavilhão e nos dirigindo ao estande da Draco.



Uma vez feitas as (re)apresentações da minha mãe e minha mulher no estande, deixamos nossos pertences lá e seguimos para a praça de alimentação, pois eu e Cláudia ainda não havíamos almoçado.  Comemos crepes salgados.  Enquanto enfrentávamos a fila do estande gastronômico, minha mãe guardava uma mesa para nós.
Após o almoço, regressamos à Draco.  Pouco mais tarde, Cláudia e minha mãe saíram para passear pelos pavilhões superlotados da Bienal.  Preferi permanecer no estande batendo papo com fãs, leitores e amigos draconianos.  Reencontrei a autora Priscilla Matsumoto, que havia conhecido na Bienal do Livro 2015 e revi o amigo Hamilton Kabuna, que já não encontrava há um bom tempo.
Quando as meninas regressaram, aproveitei um instante de relativa tranquilidade no estande para presentear minha mãe com o exemplar autografado de Octopusgarden que já havia separado para ela.  Por volta das 17h00, minha filha Barbara Reiter Lodi Ribeiro e meu genro Diego Scheer visitaram o estande da Draco para me prestigiar.  Aproveitei o ensejo para lhes mostrar a prateleira com meus romances draconianos e lhes presentear como outro exemplar autografado de meu novo romance, que havia reservado para eles.  Como o casal ainda não havia almoçado, eu, Cláudia e minha mãe lhe fizemos companhia na praça de alimentação, não tão lotada quanto três horas antes.  Como ninguém é de ferro, nós três acabamos rachamos dois crepes salgados, enquanto Barbara & Diego comiam yakisoba, opção que chegamos a cogitar para nosso almoço, mas descartamos de pronto, pois a fila daquele estande estava muito comprida.  Conversamos um bocado e o assunto predominante foi nossa animação familiar ante a perspectiva do nascimento de Bernardo, meu primeiro neto e o primeiro bisneto da minha mãe.



Isilda Moraes e Daisy Lodi Ribeiro conversando sobre seus filhos.

Seleção draconiana: Priscilla Matsumoto, Melissa de Sá,
Karen Álvares, Dana Guedes, Aya Imaeda, Eduardo Kasse e GL-R.

GL-R, Barbara Reiter Lodi Ribeiro & Diego Scheer.

Autografando o Octopusgarden para Barbara.


Deixei-os por algum tempo na mesa da praça de alimentação e voltei ao estande da Draco, onde reencontrei o amigo Alberto Oliveira.  Recomendei que comprasse um exemplar do romance Dezoito de Escorpião, do Alexey Dodsworth.  Além desse livro, Alberto adquiriu um exemplar de meu romance fix-up, Aventuras do Vampiro de Palmares (Draco, 2014), que autografei para ele.

Alberto Oliveira e GL-R.

Minha família voltou para o estande por volta das 19h00.  Dado o adiantado da hora e, sobretudo, a duração estimada da nossa longa jornada de regresso, despedimo-nos dos amigos draconianos e caminhamos juntos com Barbara & Diego até o estacionamento, onde o casal havia deixado seu carro.  Ali nos separamos e rumamos para o Grand Mercure.  Pedimos um UBER que nos pegou ali às 19h35.  Após novo périplo, seguindo para a Barra e então subindo e descendo até a Tijuca para deixar minha mãe, seguimos enfim para casa.  Durante a viagem ouvimos o segundo tempo do jogo Botafogo 2 x 0 Flamengo, válido pelo returno do Brasileirão 2017.
Bienal do Livro no Rio de Janeiro, agora só em 2019...
Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 10 de setembro de 2017 (domingo).



Participantes:
Alberto Oliveira
Alexey Dodsworth
André Soares Silva
Ana Cristina Rodrigues
Ana Lúcia Merege
Arthur Vecchi
Aya Imaeda
Barbara Reiter Lodi Ribeiro
Bruno Borsaro Lodi Ribeiro
Cláudia Quevedo Lodi
Cláudio Gabriel
Cirilo Lemos
Daisy Lodi Ribeiro
Dana Guedes
Daniel Morena
Diego Scheer
Dino Freitas
Diogo Nogueira
Eduardo Massami Kasse
Eduardo Peret
Eric Novello
Erich Reiter Lodi Ribeiro
Erick Sama
Estevão Ribeiro
Everaldo Cardoso Júnior
Felipe Álvares
Flávio Lúcio Abal
Gerson Lodi-Ribeiro
Hamilton Kabuna
Henrique Carvalho
Isilda Moraes
José Carlos da Silva
João M. Beraldo
Júlia Figueiredo
Júlio Furlan
Karen Álvares
Leo Quevedo Morena
Luiz Felipe Vasques
Melissa de Sá
Paulo Vinícius dos Santos
Priscilla Matsumoto
Raphael Fernandes
Renata Aquino
Ricardo Rodrigues
Ricardo França
Tomaz Adour
Vivianne Fair
Wagner
Werther Ramalho
Ygor Silva




[1].  Clara é a protagonista e narrativa de A Guardiã da Memória.
[2].  A ficção curta ambientada nesse U.F. de história alternativa instigante e original aparece nas noveletas “Xibalba Sonha com o Oeste” e “O Fantasma Zonguanês”, publicadas respectivamente nas antologias draconianas Solarpunk (2012) e Samurais x Ninjas (2015).  Recomendo enfaticamente a leitura de ambas a todos os amantes dos enredos de história alternativa que já se encontram um tanto fartos das repetições excessivas das mesmas velhas temáticas de sempre.
[3].  Acabei de adquirir a edição digital desse romance pela Amazon Brasil.  Modernices da modernidade: se, por um lado, não poderei pedir autógrafo ao Alexey, por outro, já estou com meu exemplar do Extemporâneo carregado no micro, no tablet e no celular!